terça-feira, 15 de julho de 2014

Experiência real e experiência virtual

Estava eu hoje numa esplanada na praia e não consegui deixar de prestar atenção num grupo de amigos a falar sobre um jogo online o qual não consegui identificar , o engraçado é que este grupo de amigos aparentava ter mais de 30 anos de idade .

Daí lembrei dos meus tempos de infância ( uns 2 anos atrás ) em que era um viciado compulsivo em jogos online , e vi o quanto tinha mudado , e que apesar de ainda gostar muito desse vicio eu já me libertei completamente dele . Estou curado . 

Vamos direto ao tema de hoje : o que é virtual e o que é real . Há um tempo atrás fui convidado a fazer um discurso na minha escola e este foi um dos temas que abordei ( outro dia irei falar sobre este discurso ) mas depois dele todos ficaram a pensar que eu era alguém que odiava a internet .  

Eu prefiro não argumentar sobre o quanto a internet é util e o quanto eu sou viciado nela também , mas uma coisa que eu abomino é ver uma criança de 3 anos mexendo num iphone da mãe ; ver lojas de brinquedos a venderem " prótotipos de tablets " ; verem desde os jovens de 10 anos até os de mais idade de 55 anos conseguirem ficar o dia todo no computador . 

E estas coisas só me incomodam tanto porque eu já estive perfeitamente encaixado neste padrão , e só depois que me " libertei " e comecei a procurar fazer algo de jeito na vida que eu vi quanto tempo eu estava perdendo . 

Eu não posso falar muito pois todo dia entro no computador , estou sempre agarrado ao telemóvel e admito que sou um dependente virtual ; mas eu tenho maturidade suficiente para criar um limite e parar quando é preciso ; ao contrário de uma criança que em vez de estar a brincar com lego ou transformers , está a absorver informações virtuais que mais tarde condicionarão o seu pensamento racional . Consequentemente , num futuro próximo esta criança não conseguirá distinguir uma experiência real e uma experiência virtual . 

Sobre os tais amigos na esplanada da praia , esta é uma das vantagens da internet ; consegue criar , reforçar , fazer durar uma amizade ; mas isso é assunto para outro dia . 

Conclusão : Existem duas coisas com capacidade de pensar : o computador e o ser humano . O computador é um idiota , mas pensa rápido ; o ser humano é um génio , mas pensa devagar . A primeira preocupação é : a quem os jovens valorizam mais ? Os jovens valorizam mais o idiota que pensa rápido . E de tanto usar o idiota de uma forma idiota , estão a transformar o génio num idiota ; a tecnologia está a retirar do cérebro humano atribuições que são dadas por natureza . 


Sem comentários:

Enviar um comentário