segunda-feira, 24 de outubro de 2016

# Série Especial - As viagens do galo - Portugal

Todos conhecem a figura icónica do galo de Barcelos ( cidade do norte de Portugal ) . Esta série foi parte de uma apresentação sobre interculturalidade e a forma como a cultura influencia e é influenciada pela sociedade . A ideia principal é : E se o galo saísse de Barcelos e fosse viajar o mundo ? Veremos a resposta nessa nova série ....



sábado, 22 de outubro de 2016

Comunicação e Interculturalidade

Um dos aspectos mais importantes para o estudo da interculturalidade é a identificação dos processos comunicativos que , ao lado da cultura , estabelecem as bases para o diálogo cultural . A comunicação está presente tanto no processo de aquisição quanto de desenvolvimento de cultura e permite que esta não seja algo estático, mais sim um processo de constante reafirmação e também de redefinição. Ao mesmo tempo em que a comunicação permite a existência da cultura, a cultura condiciona a forma de comunicarmos. A Comunicação Intercultural é um reflexo repleto de significados das mudanças estruturais e organizacionais que afetaram o nosso mundo contemporâneo, em decorrência do processo de globalização.

A comunicação é uma função social, devido a sua atividade que visa à transmissão de estímulo e à provocação de respostas. É também um processo, no qual o consumidor transmite estímulos para alterar o comportamento dos seus recetores. Dessa forma, a comunicação é essencialmente uma ponte de significados que cria a compreensão mútua e a confiança, levando à aceitação ou não da mensagem transmitida, por parte de quem a recebe.
Resultante de uma área multidisciplinar, a comunicação, enquanto processo, transfere simbolicamente ideias entre os interlocutores, além da sua capacidade de influenciar e ser influenciada. É através da comunicação que realiza-se a aprendizagem do mundo. 

Cultura é um conceito de várias aceções, sendo a mais corrente, especialmente na antropologia, a definição formulada por Edward B. Taylor segundo a qual cultura é:

“ Todo aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade. “

Quando se fala em diversidade cultural, vale considerar a compreensão da cultura humana como um fenômeno complexo, contínuo, inerente à natureza humana, do qual cada indivíduo, grupo, organização ou sociedade participa ativamente influenciando e sendo influenciado, criando e sendo recriado.

“ A cultura é intrínseca a nós como indivíduos, além de estar em constante evolução à medida que nos reunimos e criamos novos grupos que, por fim, criam novas culturas “
(Edgar Schein ,psicólogo , 1928 )

A interculturalidade tem lugar quando duas ou mais culturas entram em interação de uma forma horizontal e sinérgica. Para tal, nenhum dos grupos se deve encontrar acima de qualquer outro que seja, favorecendo assim a integração e a convivência das pessoas.

Este tipo de relações interculturais implica ter respeito pela diversidade, embora o aparecimento de conflitos seja inevitável e imprevisível, podem ser resolvidos através do respeito, do diálogo e da assertividade. 

A noção de identidade é essencial para o estudo da interculturalidade. No cenário da globalização da cultura, um mesmo indivíduo pode assumir identificações múltiplas que mobilizam diferentes elementos de língua, de cultura, de religião, em função do contexto.

O mundo é, e sempre foi, intercultural. Toda cultura é a história de encontros interculturais. Hoje, tratamos a cultura como um processo em mutação, complexo e criativo, que pode ser abordada de múltiplas maneiras. Justificamos essa nova abordagem pela exposição dos indivíduos aos processos de globalização que os coloca em embates diante das diferenças culturais, de estilo de vida e de pensamento. Os indivíduos e os diferentes grupos diante do cenário a que são expostos produzem respostas distintas ao próprio facto da diferença que, por causa da globalização, parece cada vez mais óbvia. Portanto, hoje as sociedades vão aprender a lidar com as diferenças, mais do que em qualquer outro momento histórico. 

Por que a comunicação entre pessoas de culturas diferentes é tão desafiante? Um argumento válido é que a comunicação, antes de tudo, deve ser um processo de relacionamento e, em seguida, ser compreendida como interação e vínculo entre os sujeitos. Em qualquer situação de interação intercultural, dois ou mais grupos levam consigo repertórios de conhecimento disponíveis e é no contacto entre eles que se produz o espaço no qual negociam as interpretações do mundo. Portanto a chave da comunicação intercultural é a interação e o respeito pela diferença.

A relação entre os sujeitos que atuam e interatuam acontece no espaço da vida cotidiana. O resultado esperado dessa interação, intermediada pela comunicação, deve produzir um consenso, no qual a negociação supere o conflito. À medida que a comunicação intercultural tenha sentido para os sujeitos, podemos afirmar que está criado o espaço para o diálogo cultural. O êxito do diálogo intercultural não depende tanto do conhecimento dos outros, mas sim da capacidade de ouvir, da flexibilidade cognitiva, da empatia, da humildade e da hospitalidade.

Observamos que essas questões estão no centro das reflexões sobre a globalização e cultura. A abordagem das temáticas mencionadas mostra que sempre nos encontramos em uma arena de conflitos, de debates e de diferentes pontos de vista e que assim deve ser, pois o pensamento pasteurizado não reflete a sociedade contemporânea. O fenômeno da globalização está aí a nos desafiar para a descoberta de novos modelos e paradigmas em todo o contexto da atividade humana. 

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Auto Representação ( Noite )






Uma das minhas fotos e as dos meus colegas de turma , assim como outros trabalhos que faremos durante o ano , irão para este blog : http://f1tcm2016.tumblr.com/

Auto Representação ( Dia )

O filósofo Vilém Flusser afirma que não há fotografias ingénuas , pois elas traduzem sempre uma forma de ver influenciada por diversos fatores sociais . Flusser afirma ainda que as câmeras fotográficas estão programadas para fazer fotografias de determinadas formas e que grande parte das decisões de um fotógrafo estão previstas pelos fabricantes , sendo que os utilizadores limitam-se a seguir instruções . 

Para Flusser resta ao fotógrafo subverter ou acrescentar às fotografias os seus próprios programas , as suas ideias e visões do mundo . Como tal é da responsabilidade do fotógrafo aprender e contribuir para a história das artes visuais com novos discursos estéticos e conceituais . 

A partir deste pequeno texto surgiu a minha primeira proposta de trabalho na unidade curricular de fotografia . O exercício consistia em fazer algumas auto representações sobre mim mesmo . A auto representação é uma espécie de retrato , onde podemos nos aproveitar de fatores como uma paisagem ou um objeto , para nos descrever e caracterizar . 

Já fazia algum tempo que não tirava fotografias a sério , mais foi um prazer imenso ter tanto trabalho só em tirar fotos . 






quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Sweatshirt da ESMAD / ESHT

Como sabem , agora estou a estudar na Escola Superior de Media Artes e Design do Instituto Politécnico do Porto . Ainda não começaram as aulas a sério , mas já tenho alguns trabalhos . Entre eles está este concurso que consiste em criar a nova imagem da escola numa camisa . 

Eu não estou acostumado em trabalhar com design de moda mas aceitei o desafio . Infelizmente ainda não sei trabalhar com o ilustrator e outros programas de edição de imagens , por isso foi tudo feito manualmente mesmo , pois os responsáveis do concurso disseram que era válido , já que era só uma proposta . 

Então aqui está o resultado : 




Sobre o design da sweatshirt , eu fiz 2 modelos , um para cada escola do campus e ambas representadas pelo laranja e verde , cores tradicionais da esmad / esht . Além disso criei um logotipo para as duas escolas ,que também está estampado na parte de trás da camisa . 

Este logotipo representa não só a escola como uma instituição de ensino , mas como uma entidade que constrói o nosso caráter . No logotipo também estão presentes um livro , que representa todas as lições que aprendemos , e um castelo , que representa a cidade e as pessoas que nos acolheram . Todos estes elementos estão inseridos num escudo , que constrói um contraste harmonioso entre o atual moderno e o tradicional mais conservador . 

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

INKTOBER 2016 - day 1

Para quem ainda não conhece , o Inktober se resume as seguintes regras : 



Basicamente , é fazer um desenho por dia ( de preferência com caneta ) durante o mês de outubro e publicar em alguma rede social com  #INKTOBER . 
https://www.facebook.com/inktober/?fref=ts

Estou um pouco atrasado , mais aqui vai o primeiro sketch ainda do dia 1 . 



Não vou falar muito por enquanto sobre o tema que escolhi , pois é uma ideia que ainda estou a desenvolver . Só uma dica - esta série vai ser como a viagem de um astronauta . 
Vamos lá ver se consigo cumprir este desafio . 

Quem quiser acompanhar o meu Inktober , criei um marcador na barra à esquerda no blog . 

10 000





Meu muito obrigado pelas 10 000 visualizações no blog . Aqui não há números muito grandes ( nem é esse o objetivo do blog ) , mais é credível o facto de ter o dobro de leitores em menos de um ano . Espero retribuir esse favor , trazendo um conteúdo de qualidade para todos os pequenos e grandes artistas , e que a meta continue a aumentar para os próximos anos !!! 

Mais uma vez , obrigado =) 

domingo, 2 de outubro de 2016

Ode Triunfal - A Distopia Hiperbólica e o Prelúdio Eterno



Mais um trabalho dos meus projetos de verão . Este foi para um concurso com o tema " Máquina " que infelizmente não ganhei . 

Quando vi esse tema a primeira coisa que me veio a cabeça foi a grande e maravilhosa Ode Triunfal . Eu queria explorar uma antiga ideia relacionada com um Portugal " steampunk " , por isso decidi retratar o país em um futuro perdido no passado .

Posso dizer que ela é uma homenagem a Ode Triunfal de Àlvaro de Campos . Decidi representar visualmente toda a saturação e obsessão de Campos ao descrever aquele mundo onde as máquinas estavam em ascenção . O objetivo principal deste trabalho é mostrar uma visão nostálgica de um futuro que nunca chegou a acontecer , mais que seria uma distopia baseada na esperança da evolução a partir da máquina . 

Esta ilustração é dividida em duas partes : 



O que fiz foi fazer uma caricatura de Portugal como uma máquina . A primeira ilustração : Distopia Hiperbólica – Representa Lisboa na sua versão mais futurística . Através de uma hipérbole literal , procurei demonstrar que a origem desta distopia era a tecnologia , e que quanto mais a usávamos mais nos tornávamos dependentes e distorcidos , mais longe daquilo que seria considerado normal ou humano . 


A segunda ilustração : Prelúdio eterno – Representa o Porto com os seus ideais conservadores ainda preservados , mais corrompidos pelo poder . Aparenta ser uma figura em constante construção , mais com a imagem de um futuro que nunca era para ter acontecido .