sexta-feira, 17 de junho de 2016

# Série especial - Calendário 2016 - Fevereiro


# Série especial - Calendário 2016 - Outubro


# Série especial - Calendário 2016 - Janeiro


# Série especial - Calendário 2016



Há algumas semanas atrás houve um encontro de urban sketchers da região norte em São João da Madeira . Em uma parceria com a câmara foi oferecido aos participantes do evento um calendário de 2016 . Em cada mês havia um espaço em branco para podermos criar uma ilustração . 

Como eu queria testar uns marcadores novos eu resolvi trabalhar inteiramente com eles . O tema foi um pouco aleatório , mas escolhi retratos abstratos ( minha zona de conforto ) . 

Sendo assim aqui vai a série dos retratos de 2016 : 

sexta-feira, 3 de junho de 2016

# Série especial - Animais - Macacos Polares


Semana de Poesia - " Conto estrelas em ti " - Nós e a Natureza

" Nós e a natureza " de Fernando Miguel Bernardes .

Conhecer a natureza 
da qual nós fazemos parte 
é um prazer com certeza 
que requer engenho e arte ...

São os montes e os vales 
rios e o mar tão fundo , 
os bichos , o céu , a terra 
e o linguajar do mundo . 

E o silêncio dos que gostam 
de filosofar calmamente 
sem poluição sonora
que incomoda toda a gente . 

Incomodar uns e outros 
é também da natureza ...
Conhecemos esses casos 
não lhes encontramos beleza . 

Com o tal engenho e arte 
parto à procura do belo 
seja flor ou pedra ou pão 
tuas mãos , o teu cabelo ...

Encontro quase o que quero
neste infinito Universo . 
Só que depois quero mais 
não fico por este verso . 

quinta-feira, 2 de junho de 2016

# Série especial - Animais - Penguins


Semana de Poesia - " Conto estrelas em ti " - O Limpa-palavras

O " Limpa-palavras " de Álvaro Magalhães 

Limpo palavras . 
Recolho-as à noite , por todo o lado : 
a palavra bosque , a palavra casa , a palavra flor . 
Trato delas durante o dia 
enquanto sonho acordado . 
A palavra solidão faz-me companhia . 

Quase todas as palavras 
precisam de ser limpas e acariciadas : 
a palavra céu , a palavra nuvem , a palavra mar . 
Algumas têm mesmo de ser lavadas , 
é preciso raspar-lhes a sujidade dos dias 
e do mau uso . 
Muitas chegam doentes ,  
outras simplesmente gastas , estafadas , 
dobradas pelo peso das coisas 
que trazem às costas . 

A palavra pedra pesa como uma pedra . 
A palavra rosa espalha o perfume no ar . 
A palavra árvore tem folhas , ramos altos . 
Podes descansar à sombra dela . 
A palavra gato espeta as unhas no tapete . 
A palavra pássaro abre as asas para voar . 
A palavra coração não pára de bater . 
Ouve-se a palavra canção . 
A palavra vento levanta os papéis no ar 
e é preciso fechá-la na arrecadação . 

No fim de tudo voltam os olhos para a luz
e vão para longe , 
leves palavras voadoras 
sem nada que as prenda à terra , 
outra vez nascidas pela minha mão : 
a palavra estrela , a palavra ilha , a palavra pão . 

A palavra obrigado agradece-me . 
As outras não . 
A palavra adeus despede-se . 
As outras já lá vão , belas palavras lisas 
e lavadas como seixos do rio : 
a palavra ciúme , a palavra raiva , a palavra frio .

Vão à procura de quem as queira dizer , 
de mais palavras e de novos sentidos . 
Basta estenderes a mão para apanhares 
a palavra barco ou a palavra amor . 

Limpo palavras . 
A palavra búzio , a palavra lua , a palavra palavra . 
Recolho-as à noite , trato delas durante o dia . 
A palavra fogão cozinha o meu jantar . 
A palavra brisa refresca-me . 
A palavra solidão faz-me companhia .