sábado, 16 de agosto de 2014

Arte digital ( parte 1 )

Como pode hoje em dia um artista ser inovador e criar algo de novo ? Não está já tudo feito ? Se um criador pretende estudar as novas tendências da sociedade , deve utilizar os meios e ferramentas mais contemporâneos . Mas que tipo de arte reflecte o nosso tempo ? 

É inevitável que se façam estas e outras perguntas se o tema for a arte contemporânea . A pintura e a fotografia ainda conservam um lugar destacado no mercado da arte , mas continuarão a ser uma fonte de ideias para hoje e amanhã ? Em comparação com outros meios de expressão artística , o computador tornou-se um instrumento que transformou a nossa sociedade e cultura como nenhum outro o fez nas últimas décadas . A arte digital é diversificada e surpreendente . Corresponde à época em que vivemos . Dela se servem artistas inovadores e empenhados que avançam por novos caminhos . 

A arte digital transformou-se numa disciplina que agrupa todas as manifestações artísticas realizadas por um computador . Por definição , estas obras de arte devem ter sido obrigatoriamente elaboradas de forma digital e podem ser descritas como uma série electrónica de zeros e uns . Em contraposição a isto encontram-se o domínio do analógico . No entanto , nem toda a representação digital é arte . A fronteira é imprecisa , especialmente porque a arte digital combina em grande medida arte , ciência e tecnologia . As raízes da arte digital encontram-se na matemática e na informática . 

Não traz isto à memória a época do Renascimento , em que Leonardo da Vinci , além de artista , era também inventor , Miguel Ângelo engenheiro e Galileo Galilei , por sua vez , também artista ?  A simbiose normalmente cria novos espaços de pensamento . 

Para uma obra de arte não é determinante concretizar com que meios técnicos foi conseguida ; o que realmente importa é que o resultado seja convincente , tanto do ponto de vista do seu conteúdo como da sua estética . Dado que um dos traços característicos da arte , e também das suas funções , é ultrapassar fronteiras , e que as categorias não sejam estabelecidas pelos artistas mas pelos historiadores da arte , os diferentes aspectos da arte digital que aqui vão ser tratados podem ser considerados apenas pontos de partida . 

Muitas e variadas são estas formas de representação ; cada uma delas , por si só , constitui um tema para completar um livro . No seu sentido mais estrito pode definir-se a produção digital como arte quando conceptualmente se utilizam as possibilidades do computador ou da Internet com um resultado que não seria alcançável com outros meios . Do mesmo modo , pertencem à arte digital as obras artísticas que , por um lado , têm uma linguagem visual especificamente mediática e , por outro , revelam as metacaracterísticas do meio . 

Uma foto digitalizada não pode ser considerada arte digital , mesmo sendo muito boa . Mas uma imagem que tenha sido obtida por uma câmara da Internet em Nova Iorque e segundos mais tarde seja vista em Berlim , essa sim , pode ser considerada arte digital .
No âmbito dos meios digitais , existe uma comunidade muito ágil e jovem que não receia as novas possibilidades técnicas e as plataformas como youtube ou flickr : sem medo do contacto , misturam-se neste meio criativo desenho , cultura da Internet , filmes , arte e economia , configurando uma comunidade auto-suficiente na qual cada membro pode reconhecer-se a sim mesmo e manter-se constantemente informado através dos blogs . Tóquio , Nova Iorque e Berlim separados por um simples clique com o rato ! 

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