sábado, 2 de maio de 2015

Felizmente há Luar ! ( parte 1 - o teatro épico de caráter social )

“ Felizmente há Luar ! “é um drama narrativo , de caráter social , dentro dos princípios do teatro épico , que recria em dois atos a tentativa frustrada da revolta liberal de outubro de 1817 , reprimida pelo poder absolutista do regime dos governadores Beresford , Miguel Forjaz e Principal Sousa .

A situação política e social em 1961 era muito semelhante à de 1817 , o País era reprimido por um governo totalitário ; enquanto os ricos  viviam num grande luxo , os pobres viviam na miséria ; aqueles que se opunham ao regime e procuravam , de alguma forma , tornar a sociedade mais justa , eram presos e torturados .

Com influência do teatro Bretchiano  , Sttau Monteiro considerava que o teatro tinha uma função didática , devendo levar os espectadores a refletir sobre uma dada situação histórica , que , ao ser colocada em paralelo com o presente , lhes permitiria posicionar-se criticamente face à sociedade do seu tempo e , posteriormente , agir para melhorá-la .



Mais do que fazer a ligação entre dois momentos – o início do século XIX e o século XX – a sua intemporalidade remete-nos para a luta do ser humano contra a tirania , a opressão , a traição , a injustiça e todas as formas de perseguição . Defende as capacidades do ser humano que tem o direito de transformar o mundo em que vive . Por isso , oferece-nos uma análise crítica da sociedade , procurando mostrar a realidade em vez de a representar , para levar o espectador a reagir criticamente  e a tomar posição . 

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