Sem pretender uma obra acabada , o artista realiza os seus desenhos , num processo imaginativo de desenvolvimento de ideias expressivas e criativas que , por si só , se podem considerar de valor e de direito próprios . Do mesmo modo que os pensamentos se podem clarificar quando os escrevemos , também os desenhos ajudam na criação gráfica das ideias . O acto de converter uma ideia em linhas e traços sobre papel , de forma sistemática , estimula o raciocínio e liberta a imaginação , fomentando o fluxo do pensamento criativo.
Os desenhos de objectos mostram como as suas formas forma imaginadas pelo designer e a evolução operada . Os estudos de figurinos e cenários para uma ópera evidenciam as diferenças e evoluções na sua concepção . A realização de um monumento , de um grande edifício ou de uma morada passam primeiramente pela criação de esboços indeterminados , com diferentes finalidades , até chegarem aos resultados finais de concretização gráfica precisa e rigorosa .
Os desenhos não deveriam ser considerados como o resultado de algum tipo de actividade artística , separados da escultura , arquitectura ou pintura , mas sim objectos intimamente relacionados com as obras realizadas , porque muitas vezes são testemunho das partes do processo criativo completo que quase nunca se pode exteriorizar de outra maneira ; acima de tudo os desenhos , deforma mais directa que as obras " divulgadas " , dão uma visão da vida espiritual do artista e , consequentemente , são um documento importante para o estudo e compreensão da sua actividade . A partir do uso que o artista fez do desenho como meio de visualizar o pensamento , criou´se a ideia que os desenhos são obras intimas que trazem conclusões sobre o o processo de criação do artista .
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