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terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Novos problemas Novos instrumentos

Aqui vai uma proposta de reflexão para todos os estudantes e professores de arte. Este é um trecho adaptado do livro Design e Comunicação Visual de Bruno Munari

Quando se fala de investigação sobre a comunicação visual, os professores de arte riem-se maliciosamente. Eles, de facto, sabem tudo sobre a arte, sabem como deve ser e como não deve ser, sempre souberam tudo, com a máxima segurança, são assim desde que nasceram, não há nada a fazer. Nas suas lições, continuam a ensinar a arte do passado, um passado mais ou menos remoto, procurando ficar bem agarrados a uma tradição cómoda, não ter problemas, perder o menor tempo possível.
O que fazem e o que pensam os estudantes das escolas de arte? São obrigados a aprender o fresco, mas mal se veem fora delas (ou melhor, enquanto estudam) apercebem-se de que a realidade fora da escola tem um outro aspeto, que existe algo de vivo que se move no mundo da arte internacional, algo que na escola não é considerado, e então deitam fora o fresco e dedicam-se a investigações sobre os novos meios de comunicação visual, aprendem, em resumo, como autodidatas, a viver no nosso tempo, já que a nossa escola é demasiado velha.

Existem dois modos de preparar um programa de ensino; falamos, neste caso, das escolas de arte. Existe um modo estático e um modo dinâmico. Existe um modo no qual o individuo é forçado a adaptar-se a um esquema fixo, quase sempre ultrapassado ou, no melhor dos casos, em vias de ser ultrapassado pela realidade prática de cada dia. E um outro modo, que se forma pouco a pouco, continuamente modificado pelos próprios indivíduos e pelos seus problemas sempre mais atuais.

No caso do ensino estático, com programas fechados e inamovíveis, cria-se muitas vezes um sentimento de mal-estar e, algumas vezes, mesmo de rebelião por parte dos estudantes; noutros casos, o estudante, compreendida a inutilidade de todo e qualquer protesto para adaptar o ensino aos seus verdadeiros interesses, segue sem entusiasmo os cursos ou abandona mesmo a escola. No caso do ensino dinâmico, os professores estudam um programa de base, o mais avançado possível e assim modificável segundo os interesses que surgem do próprio ensino. Só no fim do curso se saberá que forma teve e como se desenvolveu.

Para que serve a escola, senão para preparar indivíduos capazes de enfrentar o mundo do futuro próximo segundo as técnicas mais avançadas? Porque é que não se ensinam estas técnicas (uma vez que a arte não se pode ensinar) em lugar das do passado? O passado nunca mais volta, não existem renovações senão para com elas nos divertirmos. Assim uma educação baseada só no passado não é de nenhuma utilidade para um operador visual que deva operar no próximo futuro. O passado terá uma função de informação cultural, mas deve estar ligado ao seu tempo, caso contrário deixará de se compreender.

Isto é o que pensam e dizem os jovens, já que olham para o estudo como o melhor modo para aprender os meios do seu eventual futuro trabalho. Não pensam frequentar uma escola de arte para melhor poderem praticar o seu hobby de pintura ou de escultura. Aquelas que antes eram os únicos meios de comunicação visual surgem hoje, em muitos casos, como inadequados, estáticos, lentos. Depois da invenção do compasso, já ninguém faz circunferências à mão, a não ser por aposta ou para demonstrar capacidade. E não creio que hoje, com todos os meios que estão à nossa disposição, seja necessário aprender a desenhar o que se pode fotografar. 

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Sentido e Destino da Arte

Antes de mais, bom ano a todos os leitores deste humilde blog. Infelizmente, não tenho tido tanto tempo quanto isso para dedicar ao site ( pelos vistos , nem para dar um feliz natal ,ou feliz ano novo ) , mas de vez em quando ainda lembro de postar alguma coisa por aqui. 

Para começar bem o ano, aqui vai uma profunda reflexão sobre o tema mais falado deste blog : A arte . 

Este excerto foi tirado do livro " Sentido e destino da arte, de René Huyghe " e acho que é uma das melhores respostas a clássica questão : O que é arte ? 

A arte é uma função essencial do homem, indispensável ao indivíduo e às sociedades e que se lhes impôs como uma necessidade desde as origens pré-históricas. A arte e o homem são indissociáveis. Não há arte sem homem, mas talvez igualmente não haja homem sem arte. Por ela, o homem exprime-se mais completamente, portanto, compreende-se e realiza-se melhor. Por ela, o mundo torna-se mais inteligível e acessível, mais familiar. É o meio de um perpétuo intercâmbio com aquilo que nos rodeia, uma espécie de respiração da alma bastante parecida com a física, de que o nosso corpo não pode prescindir. O ser isolado ou a civilização que não têm acesso à arte estão ameaçados por uma impercetível asfixia espiritual, por uma perturbação moral.

Para bem compreender o papel da arte, não é inútil interrogarmo-nos sobre o que caracteriza o homem, o que o distingue essencialmente do animal, o que lhe dá a posição cimeira na cadeia dos seres, o que faz a sua dignidade e nobreza. O animal não experimenta em si senão impulsos mais ou menos imperiosos, e obedece-lhes: são os instintos, os apetites, os desejos, os reflexos que o dono lhe ensinou. Para ele, agir é sentir – sentir a própria natureza.

O homem quer mais: não lhe basta agir, quer agir “com conhecimento de causa”, como ele próprio diz. Quer conhecer e julgar as motivações dos seus atos, a “razão” das coisas e dos factos que o rodeiam e se repercutem nele. Daqui derivou, no sentido mais amplo do termo, a ciência, e mais particularmente a do passado: a história.

Mas, para que serve conhecer, se não é para agir sobre o que existe, agir sobre o que há de existir? Construir o presente e o futuro? Mas de que lhe serviria conquistar o poder, se fosse apenas para o empregar ao acaso? Temos que saber o que queremos, escolher o que queremos. Ora, escolher implica que julguemos o que é bom e o que é mau, o que é belo e o que é feio. Assim, a esta primeira faculdade própria do homem, o conhecimento lúcido, acrescenta-se outra: o sentido da qualidade, o desejo de melhorar o mundo e de nos melhorarmos. A moral e a arte, a ética e a estética fundaram-se ao mesmo tempo. Estes dois domínios vão a par, às vezes até se penetram mutuamente, pelo menos, na zona fronteiriça; e já aconteceu terem-se confundido.

Mas, se a moral conduz as nossas ações, a arte aplica-se às nossas criações: Nos dois casos, é para lhes conferir a qualidade que só o homem tem o dom de conceber espontaneamente e de buscar lucidamente.

Esta mistura de perspetivas exatas e de graves lacunas, suscitando o mal-entendido, merece que nela meditemos para tirarmos uma conclusão quase sempre válida: não é suficiente descobrir uma verdade; é necessário ainda que o espírito seja bastante forte perante ela para não se banalizar, para não a tomar como interpretação única, mágica, de toda a explicação. A realidade viva e, sobretudo, a realidade psicológica, a do homem, que intervém em primeiro lugar na arte, são infinitamente complexas. É inútil, é perigoso pretender reduzi-las a uma única perspetiva. É o orgulho inato de todos os doutrinadores, depressa transformado em sectarismo. A verdade parcial confunde-se muitas vezes com o erro.

Quando o homem de um determinado tempo e lugar cria a sua arte, fá-lo em conformidade com a sua conceção do mundo, com as aspirações e condições da existência. A partir do momento em que esta arte foi constituída, em que produziu obras que se tornaram para todos num espetáculo permanente, também é verdade que o homem que a criou se torna independente daqui por diante. Com efeito, introduz na sociedade um conjunto de imagens cuja ação vai ser profunda e imprevisível. De tanto as contemplar, os contemporâneos dão-lhe tanto crédito como às realidades que vêm em qualquer parte. Por meio delas são moldados, transformados o aspeto do real e, por consequência, as maneiras de sentir, e até de pensar.

A obra de arte, mesmo quando não passa da simples projeção daquilo que o homem leva dentro de si, torna-se, no momento em que está organizada, acabada, uma realidade absolutamente nova, sem equivalente anterior; e ninguém saberá ainda determinar e definir os seus possíveis efeitos.

A arte é um dos raros meios de que um indivíduo dispõe para tornar percetível aos outros aquilo que o diferencia deles: o mundo dos sonhos, tormentos ou obsessões, cujo peso só ele suporta. Assim, de cada qual exprime o que se julga inefável: o seu segredo.
Mas a obra de arte não é apenas um simples espelho passivo, desempenha na nossa psicologia um papel ativo. As imagens criadas pela arte cumprem na nossa vida dois papéis muito diferentes quase opostos: ora nos impões e insinuam maneiras de sentir e de pensar; ora nos libertam, pelo contrário, de determinadas obsessões, de certas forças que trabalham o nosso inconsciente.

Assim, a obra de arte afeiçoa, modela os corações e os espíritos, marca-os com o seu cunho. Age como um condensador de vida interior que comunica aos homens a sua carga. Mas também é muito verdade afirmar que, por uma ação corolária, os liberta, ao mesmo tempo, de certas tensões interiores.

O homem pode levar consigo sonhos de pureza e de perfeição que não chegam a realizar-se na dececionante realidade. Se é artista, imprime-os, portanto, na imagem das suas obras; procura-os na dos outros, se é espectador. Chega assim a compensar as lacunas da vida e a dar uma espécie de existência ao que era necessário ao desenvolvimento do seu ser.

Há que chegar, portanto, à conclusão de que a arte, embora sofra a influência daquele que a produz e daquilo que a circunda, constitui apesar de tudo um mundo à parte; e este mundo tem leis próprias às quais obedece: são irredutíveis. Dissemos que a arte dependia, em certa medida da história geral, onde vem tomar o seu lugar e também da psicologia particular do artista que a criou: temos de admitir agora que semelhante a um organismo vivo deve também vergar-se às suas fatalidades interiores. Tem uma maneira de evoluir, de se transformar, que lhe é natural e obrigatória, e que se reproduz, semelhante, em todos os lugares e tempos.

sábado, 12 de novembro de 2016

Uma História de Fotografia



Que fatores influiram , primordialmente , na sua " descoberta " da Fotografia como meio de expressão artística ? 

Quando evocamos o passado para procurar como e porque algo aconteceu, descobrimos mais a nossa capacidade fabulatória para explicar coisas do que as próprias coisas que procuramos. Foi muito tempo depois de fazer fotografias que encontrei a Fotografia como objecto carregado de intenções e, portanto, a enumeração dos factores que aí me levaram é difícil , senão impossível. Ao fim e ao cabo, é na minha aquisição de uma memória da vida dos objectos ( e do seu contrário ) que encontro uma referente para as minhas imagens. Por outras palavras, tinha uma máquina fotográfica e tirava fotografias, pouco a pouco fui prestando atenção àquilo que fazia. As minhas fotografias andam mais ligadas ao modo como tenho vivído do que a um empenhamento técnico fotográfico. O que não significa considerar a técnica como um plano secundário.

Quais são para si os aspectos mais relevantes que uma obra fotográfica deve conter: a comunicação das vivências humanas, o esteticismo da composição, a perfeição técnica, a atractividade visual .... ?

O problema foi claramente posto por Aristóteles, nunca ninguém viu matéria em si ou qualidade fora da matéria, e desde sempre a dialética entre estes dois pólos suscitou inúmeras polémicas. Para mim a questão não tem sentido. Vejamos aquela fotografia de Cartier-Bresson, de um agrupo de pessoas que formam uma fila à porta de um banco em Xangai em 1948. É uma fotografia épica, é uma fotografia onde se condensa todo um conteúdo histórico, político e humano inesgotável - tudo o que enumeramos como qualidades do objecto fotográfico está aí expresso. Passemos para os antípodas - Man Ray, Moholy-Nagy ou Blossfeldt - não há sentimentos expressos, não há coordenadas históricas evidentes, no entanto, toda a riqueza da criação lá habita. Porque ? As coisas têm muito a ver com a riqueza de quem as faz. Creio que é tudo. 



Fotografia - Cartier-Bresson , Shangai , 1948

Texto - Uma História de Fotografia , António Sena , 1948

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Academia do Porto - Receção aos Caloiros de 2016-2017 - Noite Negra

Como já sabem , tive o enorme privilégio de estar a estudar numa cidade que sempre sonhei em viver . Desde que entrei na academia do Porto , tive enormes experiências e vivências , mas realmente , nada se compara com a última semana que tive , e a magnífica receção que tive por parte desta cidade . 

Aqui vão algumas fotos da minha escola ( ESMAD - ESHT ) durante o evento . Nem todas as fotos fui eu que tirei , mais foram as que registaram a nossa escola . Se quiserem ver mais , há na página do facebook da federação académica do porto : Federação Académica do Porto









segunda-feira, 3 de outubro de 2016

10 000





Meu muito obrigado pelas 10 000 visualizações no blog . Aqui não há números muito grandes ( nem é esse o objetivo do blog ) , mais é credível o facto de ter o dobro de leitores em menos de um ano . Espero retribuir esse favor , trazendo um conteúdo de qualidade para todos os pequenos e grandes artistas , e que a meta continue a aumentar para os próximos anos !!! 

Mais uma vez , obrigado =) 

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

PROJETO - Hiatus ( parte 3 - Conclusão )


meu último emprego de verão 

Foi preciso 3 anos de estudo e 1 ano de ansiedade e trabalho para chegar até aqui , mais foi preciso só 1 semana para receber todas as respostas que eu esperava . Se eu fosse resumir todo este percurso em uma palavra acho que seria persistência . Infelizmente os artistas são muito sentimentais e dramáticos . Eu precisei experimentar todo tipo de emoções para encontrar o meu caminho na arte , e escolher o percurso que fazia mais sentido . 

o plano que tinha tudo para dar errado 

Quarta lição : Seja persistente . Se você quer algo , a partir de hoje todas suas decisões e escolhas serão para chegar mais perto deste objetivo .

Bom , sempre foi o meu sonho estudar no Porto . Eu só não queria admiti-lo , se calhar por parecer para mim muito difícil concretizá-lo sozinho . Mais no fim , os ventos mudaram o meu destino . 

IPP campus 2 
























Por ironia do destino , ainda estudo no Porto ( há 1h de viagem ) em Vila do Conde . Para me desafiar a sair dessa zona de conforto de ilustração e desenhos , me conformei em ficar no curso de tecnologias de multimédia no qual fui colocado . 

Instituto Politécnico do Porto - Escola superior de media , artes e design . 

A conclusão deste projeto foi algo diferente do esperado , mais a realização de cumprir algo tão grande , me fez perceber o quanto devemos dar valor as oportunidades que a vida oferece . Posso dizer que sou o artista que nunca pensei em me tornar , mas sempre sonhei ser .

E apesar de não ter conseguido ficar na melhor faculdade do país , a ter o curso que sempre quis fazer , eu fiquei na quarta melhor escola superior do país , o que já é um título notável  .

Quinta lição : O quarto lugar também é muito fixe . Não , agora a sério . Aproveite as oportunidades da vida . Seja lá o que fores fazer , seja feliz . Se chegaste tão longe , só resta se divertir um bocado .
    

Ainda estou devendo alguns projetos a este blog , que já era para eu ter terminado . Mais até o fim do ano já consigo acabá-los . Por enquanto vou me preocupar com as nights no Porto e me divertir e aproveitar tudo o que está por vir .


Espero que tenham gostado do retorno dos textões no blog .

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

PROJETO - Hiatus ( parte 2 - 2º semestre )


Após sair do emprego que tinha conseguido , fui arranjar outro pior . Apesar disso tive vários momentos divertidos com esta experiência . Desde comemorar o aniversário de um amigo com estranhos no metro até ir jantar na casa de uma senhora simpática logo após a conhecer .


Eu tinha criado várias amizades que até hoje considero verdadeiras , e finalmente estava a ter um vislumbre do meu sonho – viver no Porto . Ao mesmo tempo que trabalhava como comissionista também comecei a estudar psicologia . E como tinha que falar com pessoas todos os dias , consegui sair desse emprego menos tímido .


Pronto para mais um dia de trabalho 

Segunda  lição : Crie momentos memoráveis . Um momento só é memorável se tiver seus amigos por perto . Então também crie amigos .
Nesta altura o meu cérebro estava assim 

Depois que eu vi que não estava a progredir com o meu plano , sai desse emprego e depois de vários meses finalmente fui  visitar a minha mãe .  Voltei com um pouco de receio visto que após vários meses não tinha muitos resultados , mais o amor de família sempre suporta tudo .
Após alguns dias com a minha família , voltei ao Porto para recomeçar do zero . Já tinha levado algumas “ chapadas da vida “ e estava pronto e recarregado para trabalhar seja lá no que fosse . Acho que o pior mês deste projeto foi Maio ( por acaso o mês com mais publicações desse ano até agora – parece que tenho que estar deprimido para fazer esse blog funcionar ) , porque eu estava completamente sozinho e com a expectativa de que finalmente alguma coisa do meu plano fosse resultar .


A melhor coisa que me aconteceu neste mês foi arranjar um emprego bem fixe num café em frente a praia . Neste momento eu vi que ia dar tudo certo e estava pronto e cheio de energia para trabalhar e começar minha vida a sério no Porto . Porém toda essa emoção só durou 4 dias , pois logo a seguir fui demitido ( porque não tinha “ o perfil para a coisa “ segundo o meu antigo chefe ) .

Perto do meu trabalho em Matosinhos



Praying for all gods to help me
Mais não estava a ser irónico quando disse que a melhor coisa que poderia ter acontecido foi ser demitido após alguns dias de trabalho num bom emprego . Após alguns dias trancado num quarto deprimido eu resolvi dar a volta por cima e vir mais uma vez recarregar o meu coração com o amor da minha família , e vim visitar de novo a minha mãe no Algarve .


A ideia era voltar para o Porto com toda a energia logo a seguir , pois segundo o que eu dizia “ dessa vez o plano iria finalmente dar certo , agora é verão “ . Mais me rendi a ironia do destino e fiquei num bom emprego que arranjei num hotel aqui no Algarve .




Antes de ir embora do Porto precisava ter " Uma noite na lua " 
A estrada que me aguardava 

Mais uma rápida visita a Lisboa 

                        


Neste emprego além de sair com um bom currículo e uma poupança maneira para a universidade , consegui também criar grandes amizades . Foi durante estes meses que percebi a maior verdade da vida . Terceira lição : Você não consegue fazer nada de jeito sozinho .

Onde eu morava no Algarve
Ainda havia sempre algum tempo para aproveitar a calma e a tranquilidade da natureza 
                   
O verão para mim passou tão rápido que eu nem conseguia controlar o pouco tempo que tinha para tudo o que tinha que fazer . Mais percebi que em dois meses tinha sido muito mais produtivo do que em quase um ano no Porto . A solidão ou o “ período da caverna “ como os designers costumam chamar é muito bom para refletir sobre a vida , mais é ainda melhor ter alguém para te chatear a cabeça todos os dias . 

E no verão foi sempre a trabalhar 

PROJETO - Hiatus ( parte 1 - 1º semestre )


Se passou um ano desde que comecei  o maior projeto da minha vida. Para quem não sabe Hiatus é tipo “ dar um tempo “ em algo . Em setembro do ano passado , terminei o meu curso de artes visuais , arranjei um daqueles empregos de verão , e no final só tinha aquela pergunta :  “ e agora ? “ .

A minha resposta teve um peso que foi ficando cada vez maior . Eu escolhi sair da minha zona de conforto e ampliar os meus limites . Como alguns sabem eu morava em Albufeira ( sul de Portugal ) e me mudei para o Porto ( cidade com a qual sempre sonhei viver , no norte de Portugal ) . Felizmente consegui viver com a minha família de parte paterna que lá morava , mais o objetivo principal era conseguir me sustentar e trabalhar para conseguir ir para a universidade ( neste ano ) .

Após ter embarcado nesta aventura estava a aproveitar o resto do salário que tinha ganho durante o verão com alguns workshops e viagens  . Tive o prazer de conhecer Paris e ver o meu pai que lá mora há alguns anos . Quando voltei a Portugal , além de passar dois dias em Lisboa , ainda conheci algumas cidades do Norte como Guimarães , Braga e Aveiro graças a uma promoção incrível da CP ( propaganda gratuita ) de ter bilhetes de ida e volta por 2 euros nos comboios regionais . Também fui visitar minha família em Santarém .





Paris
Paris

Paris
A viajar
Lisboa
Lisboa
                   
Lisboa
               
Em algum lugar em Santarém
             
Tomar

Caldas da Rainha


Guimarães



Nesta altura criei um novo site para divulgar o meu trabalho e dei um upgrade aqui no blog . Conseguia sempre puxar conversa com algum estranho graças aos cartões que também criei . 

Ao mesmo tempo que puxava pelo antigo também entrava em novas áreas pelas quais me apaixonei : a fotografia e o inglês . Fui descobrindo aos poucos o quanto os meus gostos estavam interligados com minha área de trabalho , e unindo o útil ao agradável , pela primeira vez me vi com um bom alicerce profissional .
Mais uma dica : Procastine menos e estude mais inglês . E para estudar fotografia saia de casa com uma câmera e tire no mínimo 200 fotos , sendo que dessas , só umas 15 no máximo vão estar boas .

Também pode se tirar fotos em casa 

Duolingo - site para aprender inglês online ( free )

Foi tudo muito bonito , mais após alguns meses lembrei que o dinheiro estava a acabar e que tinha menos de um ano para conseguir ir para a universidade . O ano estava a acabar , e apesar de algumas conquistas eu via que o meu plano estava a falhar .  Começava a me questionar e via que o único resultado dos meus esforços era uma felicidade interior e um  sentimento de satisfação . Infelizmente isso não vale quase nada no mundo real . Primeira lição : Não se desespere e se aproveite dos erros .

Uma das muitas visitas que fiz a faculdade de belas artes no Porto 

Depois de não conseguir um emprego durante meses , o primeiro emprego que consegui na segunda capital de Portugal era uma porcaria . Na segunda tentativa ( supostamente melhor ) ,conseguiu ser ainda pior . Uma dica : nunca aceitem empregos que envolva “ Fieldmarketing “ .

Ao mesmo tempo que estava a trabalhar neste terrível trabalho , também trabalhava em alguns projetos que publiquei aqui no blog . Outro fator que falhou no meu plano foi a cena de “ dar um tempo “ no meu eu desenhista . Era algo que simplesmente não conseguia abandonar . 

( Se gostou dessas fotos , tem mais no meu instagram : https://www.instagram.com/marcello_96/ )