sábado, 28 de fevereiro de 2015

Profissão designer em Portugal ( parte 3 - Formação )



Formação e Evolução na Carreira

A oferta formativa em Design é muito grande, pois existem diversas licenciaturas, bacharelatos e cursos de formação profissional (com diferentes níveis de qualificação). No ensino superior público, as formações académicas existentes são, nomeadamente, as seguintes:

Licenciaturas

Estabelecimentos
Arquitectura de Design
Fac. de Arquitectura da Univ. Técnica de Lisboa
Arquitectura de Design de Moda
Fac. de Arquitectura da Univ. Técnica de Lisboa
Arquitectura de Interiores
Fac. de Arquitectura da Univ. Técnica de Lisboa
Design
Univ. de Aveiro
Design de Comunicação
Fac. de Belas-Artes da Univ. de Lisboa e Fac. de Belas-Artes da Univ. do Porto
Design de Equipamento
Fac. de Belas-Artes da Univ. de Lisboa
Design/Projectação Gráfica
Inst. Sup. de Arte e Design da Univ. da Madeira

Bacharelatos

Estabelecimentos
Design
Esc. Superior de Educação de Faro da Univ. do Algarve
Design de Comunicação
Fac. de Belas-Artes da Univ. de Lisboa e Fac. de Belas-Artes da Univ. do Porto
Design de Equipamento
Fac. de Belas-Artes da Univ. de Lisboa
Design Industrial
Esc. Sup. de Tecnologia, Gestão, Arte e Design das Caldas da Rainha do Inst. Politéc. de Leiria
Design e Tecnologia para a Cerâmica
Esc. Sup. de Tecnologia, Gestão, Arte e Design das Caldas da Rainha do Inst. Politéc. de Leiria
Design e Tecnologias Gráficas
Esc. Sup. de Tecnologia, Gestão, Arte e Design das Caldas da Rainha do Inst. Politéc. de Leiria
Design/Projectação Gráfica
Inst. Sup. de Arte e Design da Univ. da Madeira
Engenharia e Design do Produto
Esc. Sup. de Tecnologia e Gestão de Viana do Castelo do Inst. Politéc. de Viana do Castelo
Fonte: Guia de Acesso ao Ensino Superior - Disciplinas Específicas 1997
E no ensino particular e cooperativo:

Licenciaturas

Estabelecimentos
Design
Esc. Sup. de Design (Lisboa)
Design de Equipamento
Esc. de Tecnologias Artísticas de Coimbra
Design Gráfico e Ilustração
Esc. de Tecnologias Artísticas de Coimbra
Design Industrial
Univ. Lusíada (Lisboa e Porto)
Engenharia da Comunicação e do Design
Univ. Fernando Pessoa (Porto)

Bacharelatos

Estabelecimentos
Design
Esc. Sup. de Artes e Design(Senhora da Hora), Inst. de Electromecânica e Energia (Lisboa), Inst. Sup. de Humanidades e Tecnologias (Lisboa)
Design e Gestão da Produção de Material Pedagógico
Esc. Sup. de Educação de Jean Piaget (Almada e Arcozelo)
Design e Produção Gráfica
Inst. Sup. de Educação e Ciências (Lisboa)
Fonte: Guia de Acesso ao Ensino Superior - Disciplinas Específicas 1997

Além destes, existem outros cursos superiores que lhes são afins e que podem dar uma formação importante na área do design, nomeadamente os da área de desenho, das tecnologias de comunicação e artes gráficas, das artes decorativas e da realização plástica do espectáculo. No ensino não-superior, existem cursos em Design de ModaDesign Industrial e Design Têxtil, entre outros.

Apesar dos seus planos curriculares poderem variar bastante, os cursos desta área procuram conciliar duas vertentes consideradas essenciais para a formação de um designer: a técnico-artística e a teórica. Por norma, são leccionadas cadeiras técnicas que dão a conhecer aos alunos os materiais, as tecnologias e as técnicas e práticas ligadas à realização de um trabalho de design. As cadeiras desta natureza devem ser aproveitadas para a realização de experiências e investigações, dado que durante a carreira profissional não existem, muitas vezes, os meios e o tempo necessários para esse efeito. Na vertente teórica, é comum leccionarem-se cadeiras como História de Arte, História do Design ou Teoria da Comunicação, além de disciplinas complementares como Marketing, Sociologia ou Economia. Os cursos especializados numa determinada área de design possuem cadeiras específicas da especialidade (por exemplo, Modelagem nos cursos da área de moda).

A formação dos designers deve ser, sempre que possível, complementada e aperfeiçoada, uma vez que os gostos das pessoas, as tecnologias, os materiais e as próprias tendências do design estão sempre em mudança. Além disso, como esta actividade está em contacto com outras - comercial, publicitária, produtiva, de marketing, etc. -, pode ser útil obter conhecimentos sobre estas. Para esse efeito, podem ser frequentados cursos de formação profissional e pós-graduações (por exemplo, um mestrado em Gestão do Design). Este tipo de cursos são também úteis para aqueles que, após frequentarem um curso geral em Design, optam por se especializar numa determinada área. Quem frequentar um curso que não transmita bons conhecimentos de informática - em particular, no que se refere ao CAD - deve, ainda, tentar obter essa formação complementar.

Durante a carreira, mas principalmente no seu início, é importante que um designer crie um bom portfolio (a colecção dos seus melhores trabalhos), o qual serve para exemplificar aos potenciais clientes as suas capacidades profissionais. A realização de um estágio na fase final do curso constitui também um factor importante, dado que, além de criar currículo, permite ao estudante estar inserido num contexto real de trabalho e adquirir experiência profissional.
A evolução na carreira depende muito da situação laboral em que se exerce a profissão. Quem trabalha por conta de outrem, inicia habitualmente a sua carreira na qualidade de estagiário, passando a designer júnior e, em seguida, a sénior. Após vários anos de experiência, alguns designers optam por se estabelecer por conta própria. A evolução profissional dos que trabalham por conta própria é particularmente visível através da clientela e dos trabalhos realizados, no que se refere ao seu número, qualidade e importância.

Condições de Trabalho

As condições e os locais de trabalho dos designers variam muito, sobretudo em função da sua situação laboral. Aqueles que trabalham por conta de outrem numa empresa ou num gabinete de design trabalham geralmente com um horário regular e em instalações adequadas ao seu trabalho. Estas devem ser bem iluminadas (de preferência, com luz natural), sossegadas e apetrechadas com o suporte tecnológico necessário. Por vezes, é preciso realizar horas extraordinárias, sobretudo quando se trabalha em projectos com curtos prazos de execução.
Os que desenvolvem a sua actividade por conta própria trabalham num atelier seu ou alugado ou, à falta de meios para adquiri-lo, nas suas próprias casas. As horas de trabalho diárias são muito irregulares e dependem directamente do número de projectos, existindo períodos de muito trabalho e outros em que ele pode escassear. Por vezes, o ritmo de trabalho depende também da disposição do designer, uma vez que o seu trabalho é essencialmente criativo. Nos períodos mais sobrecarregados, são normais as situações destress, bem como as horas de trabalho nocturno e aos fins-de-semana. Além do trabalho de design, muito do tempo destes profissionais (principalmente os que se encontram em início de carreira) é gasto a visitar potenciais clientes, na tentativa de lhes vender serviços. A capacidade de gerir o tempo é, assim, bastante importante para os profissionais liberais, sobretudo para os que não têm meios para contratar assistentes ou pessoal administrativo nas situações de maior trabalho.

Algumas condições são ainda específicas a certas especialidades. Por exemplo, é habitual os designers de moda visitarem feiras, salões e exposições da especialidade, nacionais e estrangeiras, para conhecerem as tendências da moda, cores e tecidos. Os cenógrafos, especialmente os que se dedicam à produção de cenários de televisão, têm horários bastante irregulares e podem ter que trabalhar durante muitas horas seguidas. O ritmo da produção televisiva pode ser muito acelerado e estes designers são, muitas vezes, chamados a fazerem rápidas alterações nos cenários.

Remunerações

Os rendimentos dos designers são muito variáveis, dado que não existe nenhuma tabela salarial que os regule, excepto em alguns sectores de actividade. Os principais factores a determiná-los são a situação laboral, o sector de actividade da entidade empregadora, o número de projectos realizados e a experiência adquirida, avaliada pelo portfolio (o qual é tido em conta por muitos clientes quando determinam o valor a pagar ao designer).
O nível de remunerações é também definido com base na oferta de mão-de-obra existente. Nas especialidades em que existe um menor número de oportunidades de emprego face à oferta de profissionais, as remunerações são normalmente mais baixas. Este é o caso, por exemplo, dos designers de moda: muitos dos que se encontram em início de carreira são sujeitos a estágios não remunerados ou a ganhar o ordenado mínimo. No entanto, qualquer que seja a especialidade, tudo depende daquilo que a pessoa é capaz de oferecer: se apresentar sugestões válidas, perfeitamente dirigidas ao segmento de mercado da sua empresa ou cliente e contribuir para o sucesso dos negócios, é natural que os seus trabalhos sejam cada vez mais bem pagos.

De uma forma geral, os rendimentos dos designers que trabalham por conta de outrem podem variar entre os 100 contos mensais, em início de carreira, e os 400/500 contos por mês, em topo de carreira. Os rendimentos dos que trabalham por conta própria, por seu lado, dependem directamente do número de trabalhos realizados. São, por isso, proporcionais à experiência e prestígio do profissional no mercado e reflectem o marketing realizado junto dos clientes. Além disso, dependem das horas que o profissional trabalha, ou seja, do número de projectos que decide aceitar.

A actividade por conta própria implica, assim, maiores riscos. O designer tem de investir num espaço de trabalho, em equipamentos e materiais, sem garantias de sucesso. Participar num concurso é sempre arriscado, uma vez que as horas de trabalho perdidas e os materiais gastos nem sempre são recompensados. Além disso, não se têm as regalias que os trabalhadores dependentes possuem, tal como o subsídio de férias.

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