sábado, 28 de fevereiro de 2015

Exame de desenho ( 4 )

Alguns exercícios e esboços feitos à pressa um dia antes do exame : 







Profissão designer em Portugal ( parte 4 - Perspectivas )

As perspectivas para os próximos anos são positivas, uma vez que apontam para a afirmação crescente do design no mercado nacional. Esta é uma actividade relativamente recente no nosso país e é de prever que as empresas venham a recorrer cada vez mais aos serviços dos designers, pelas mesmas razões que recorrem actualmente à publicidade e ao marketing. Espera-se que esta tendência venha a ser particularmente visível no nosso sector industrial, onde se acredita que a aposta no design é uma necessidade premente face aos desafios criados pelo mercado único europeu e às crescentes exigências do mercado de consumo (no qual os clientes privilegiam, por vezes, o aspecto estético em relação à funcionalidade). A força desta tendência será, contudo, maior ou menor, consoante a evolução da economia e da indústria e o reconhecimento por parte dos empresários da importância do design para o sucesso dos seus negócios.

Garantido é o facto da inovação tecnológica continuar a beneficiar o trabalho dos designers. Esta área é muito sensível às novas tecnologias e materiais e aguarda-se que estes profissionais venham a usufruir de um maior volume de informação (através da Internet, por exemplo) e de um maior suporte tecnológico para o desenvolvimento dos seus projectos. Poderá ser vulgar, por exemplo, designers de uma mesma empresa trabalharem em conjunto em espaços diferentes, recorrendo a redes informáticas para transmitirem as suas ideias. É também previsível a criação de um maior número de especializações, em virtude da evolução tecnológica aplicada aos diversos sectores de actividade. Espera-se, por exemplo, que o designer de multimédia - responsável pela concepção gráfica de produtos de multimédia - venha a ser uma figura profissional comum.

No entanto, nem todas as expectativas são optimistas. O número de cursos que tem surgido nos últimos anos nesta área deixa adivinhar a continuação do excesso de profissionais perante as oportunidades de trabalho, indiciando uma competitividade crescente entre os designers. É, por isso, fundamental estar atento às novas técnicas, aos novos materiais e ao que se faz em design pelo mundo fora. Um espírito observador e uma vontade de investigar o máximo possível são trunfos que nenhum designer deve prescindir, caso queira ter sucesso no mercado de trabalho.


Profissão designer em Portugal ( parte 3 - Formação )



Formação e Evolução na Carreira

A oferta formativa em Design é muito grande, pois existem diversas licenciaturas, bacharelatos e cursos de formação profissional (com diferentes níveis de qualificação). No ensino superior público, as formações académicas existentes são, nomeadamente, as seguintes:

Licenciaturas

Estabelecimentos
Arquitectura de Design
Fac. de Arquitectura da Univ. Técnica de Lisboa
Arquitectura de Design de Moda
Fac. de Arquitectura da Univ. Técnica de Lisboa
Arquitectura de Interiores
Fac. de Arquitectura da Univ. Técnica de Lisboa
Design
Univ. de Aveiro
Design de Comunicação
Fac. de Belas-Artes da Univ. de Lisboa e Fac. de Belas-Artes da Univ. do Porto
Design de Equipamento
Fac. de Belas-Artes da Univ. de Lisboa
Design/Projectação Gráfica
Inst. Sup. de Arte e Design da Univ. da Madeira

Bacharelatos

Estabelecimentos
Design
Esc. Superior de Educação de Faro da Univ. do Algarve
Design de Comunicação
Fac. de Belas-Artes da Univ. de Lisboa e Fac. de Belas-Artes da Univ. do Porto
Design de Equipamento
Fac. de Belas-Artes da Univ. de Lisboa
Design Industrial
Esc. Sup. de Tecnologia, Gestão, Arte e Design das Caldas da Rainha do Inst. Politéc. de Leiria
Design e Tecnologia para a Cerâmica
Esc. Sup. de Tecnologia, Gestão, Arte e Design das Caldas da Rainha do Inst. Politéc. de Leiria
Design e Tecnologias Gráficas
Esc. Sup. de Tecnologia, Gestão, Arte e Design das Caldas da Rainha do Inst. Politéc. de Leiria
Design/Projectação Gráfica
Inst. Sup. de Arte e Design da Univ. da Madeira
Engenharia e Design do Produto
Esc. Sup. de Tecnologia e Gestão de Viana do Castelo do Inst. Politéc. de Viana do Castelo
Fonte: Guia de Acesso ao Ensino Superior - Disciplinas Específicas 1997
E no ensino particular e cooperativo:

Licenciaturas

Estabelecimentos
Design
Esc. Sup. de Design (Lisboa)
Design de Equipamento
Esc. de Tecnologias Artísticas de Coimbra
Design Gráfico e Ilustração
Esc. de Tecnologias Artísticas de Coimbra
Design Industrial
Univ. Lusíada (Lisboa e Porto)
Engenharia da Comunicação e do Design
Univ. Fernando Pessoa (Porto)

Bacharelatos

Estabelecimentos
Design
Esc. Sup. de Artes e Design(Senhora da Hora), Inst. de Electromecânica e Energia (Lisboa), Inst. Sup. de Humanidades e Tecnologias (Lisboa)
Design e Gestão da Produção de Material Pedagógico
Esc. Sup. de Educação de Jean Piaget (Almada e Arcozelo)
Design e Produção Gráfica
Inst. Sup. de Educação e Ciências (Lisboa)
Fonte: Guia de Acesso ao Ensino Superior - Disciplinas Específicas 1997

Além destes, existem outros cursos superiores que lhes são afins e que podem dar uma formação importante na área do design, nomeadamente os da área de desenho, das tecnologias de comunicação e artes gráficas, das artes decorativas e da realização plástica do espectáculo. No ensino não-superior, existem cursos em Design de ModaDesign Industrial e Design Têxtil, entre outros.

Apesar dos seus planos curriculares poderem variar bastante, os cursos desta área procuram conciliar duas vertentes consideradas essenciais para a formação de um designer: a técnico-artística e a teórica. Por norma, são leccionadas cadeiras técnicas que dão a conhecer aos alunos os materiais, as tecnologias e as técnicas e práticas ligadas à realização de um trabalho de design. As cadeiras desta natureza devem ser aproveitadas para a realização de experiências e investigações, dado que durante a carreira profissional não existem, muitas vezes, os meios e o tempo necessários para esse efeito. Na vertente teórica, é comum leccionarem-se cadeiras como História de Arte, História do Design ou Teoria da Comunicação, além de disciplinas complementares como Marketing, Sociologia ou Economia. Os cursos especializados numa determinada área de design possuem cadeiras específicas da especialidade (por exemplo, Modelagem nos cursos da área de moda).

A formação dos designers deve ser, sempre que possível, complementada e aperfeiçoada, uma vez que os gostos das pessoas, as tecnologias, os materiais e as próprias tendências do design estão sempre em mudança. Além disso, como esta actividade está em contacto com outras - comercial, publicitária, produtiva, de marketing, etc. -, pode ser útil obter conhecimentos sobre estas. Para esse efeito, podem ser frequentados cursos de formação profissional e pós-graduações (por exemplo, um mestrado em Gestão do Design). Este tipo de cursos são também úteis para aqueles que, após frequentarem um curso geral em Design, optam por se especializar numa determinada área. Quem frequentar um curso que não transmita bons conhecimentos de informática - em particular, no que se refere ao CAD - deve, ainda, tentar obter essa formação complementar.

Durante a carreira, mas principalmente no seu início, é importante que um designer crie um bom portfolio (a colecção dos seus melhores trabalhos), o qual serve para exemplificar aos potenciais clientes as suas capacidades profissionais. A realização de um estágio na fase final do curso constitui também um factor importante, dado que, além de criar currículo, permite ao estudante estar inserido num contexto real de trabalho e adquirir experiência profissional.
A evolução na carreira depende muito da situação laboral em que se exerce a profissão. Quem trabalha por conta de outrem, inicia habitualmente a sua carreira na qualidade de estagiário, passando a designer júnior e, em seguida, a sénior. Após vários anos de experiência, alguns designers optam por se estabelecer por conta própria. A evolução profissional dos que trabalham por conta própria é particularmente visível através da clientela e dos trabalhos realizados, no que se refere ao seu número, qualidade e importância.

Condições de Trabalho

As condições e os locais de trabalho dos designers variam muito, sobretudo em função da sua situação laboral. Aqueles que trabalham por conta de outrem numa empresa ou num gabinete de design trabalham geralmente com um horário regular e em instalações adequadas ao seu trabalho. Estas devem ser bem iluminadas (de preferência, com luz natural), sossegadas e apetrechadas com o suporte tecnológico necessário. Por vezes, é preciso realizar horas extraordinárias, sobretudo quando se trabalha em projectos com curtos prazos de execução.
Os que desenvolvem a sua actividade por conta própria trabalham num atelier seu ou alugado ou, à falta de meios para adquiri-lo, nas suas próprias casas. As horas de trabalho diárias são muito irregulares e dependem directamente do número de projectos, existindo períodos de muito trabalho e outros em que ele pode escassear. Por vezes, o ritmo de trabalho depende também da disposição do designer, uma vez que o seu trabalho é essencialmente criativo. Nos períodos mais sobrecarregados, são normais as situações destress, bem como as horas de trabalho nocturno e aos fins-de-semana. Além do trabalho de design, muito do tempo destes profissionais (principalmente os que se encontram em início de carreira) é gasto a visitar potenciais clientes, na tentativa de lhes vender serviços. A capacidade de gerir o tempo é, assim, bastante importante para os profissionais liberais, sobretudo para os que não têm meios para contratar assistentes ou pessoal administrativo nas situações de maior trabalho.

Algumas condições são ainda específicas a certas especialidades. Por exemplo, é habitual os designers de moda visitarem feiras, salões e exposições da especialidade, nacionais e estrangeiras, para conhecerem as tendências da moda, cores e tecidos. Os cenógrafos, especialmente os que se dedicam à produção de cenários de televisão, têm horários bastante irregulares e podem ter que trabalhar durante muitas horas seguidas. O ritmo da produção televisiva pode ser muito acelerado e estes designers são, muitas vezes, chamados a fazerem rápidas alterações nos cenários.

Remunerações

Os rendimentos dos designers são muito variáveis, dado que não existe nenhuma tabela salarial que os regule, excepto em alguns sectores de actividade. Os principais factores a determiná-los são a situação laboral, o sector de actividade da entidade empregadora, o número de projectos realizados e a experiência adquirida, avaliada pelo portfolio (o qual é tido em conta por muitos clientes quando determinam o valor a pagar ao designer).
O nível de remunerações é também definido com base na oferta de mão-de-obra existente. Nas especialidades em que existe um menor número de oportunidades de emprego face à oferta de profissionais, as remunerações são normalmente mais baixas. Este é o caso, por exemplo, dos designers de moda: muitos dos que se encontram em início de carreira são sujeitos a estágios não remunerados ou a ganhar o ordenado mínimo. No entanto, qualquer que seja a especialidade, tudo depende daquilo que a pessoa é capaz de oferecer: se apresentar sugestões válidas, perfeitamente dirigidas ao segmento de mercado da sua empresa ou cliente e contribuir para o sucesso dos negócios, é natural que os seus trabalhos sejam cada vez mais bem pagos.

De uma forma geral, os rendimentos dos designers que trabalham por conta de outrem podem variar entre os 100 contos mensais, em início de carreira, e os 400/500 contos por mês, em topo de carreira. Os rendimentos dos que trabalham por conta própria, por seu lado, dependem directamente do número de trabalhos realizados. São, por isso, proporcionais à experiência e prestígio do profissional no mercado e reflectem o marketing realizado junto dos clientes. Além disso, dependem das horas que o profissional trabalha, ou seja, do número de projectos que decide aceitar.

A actividade por conta própria implica, assim, maiores riscos. O designer tem de investir num espaço de trabalho, em equipamentos e materiais, sem garantias de sucesso. Participar num concurso é sempre arriscado, uma vez que as horas de trabalho perdidas e os materiais gastos nem sempre são recompensados. Além disso, não se têm as regalias que os trabalhadores dependentes possuem, tal como o subsídio de férias.

Profissão designer em Portugal ( parte 2 - Emprego )

Apesar de se encontrar em crescimento, o mercado de trabalho dos designers portugueses é ainda pequeno e bastante competitivo, o que se deve a dois factores principais. Por um lado, trata-se de uma profissão relativamente recente no nosso país - o ensino do design só começou a ter expressão nos finais dos anos 60, início dos 70 -, não existindo uma procura generalizada no mercado de trabalho nacional. Por outro lado, o desenvolvimento registado nesta actividade nos últimos anos levou à proliferação de cursos (superiores e não-superiores) e ao rápido aparecimento de uma mão-de-obra que se revelou excessiva perante as oportunidades de emprego existentes.

As potencialidades do mercado de trabalho diferem, no entanto, de especialidade para especialidade, levando a que as oportunidades de emprego não sejam as mesmas para todos os profissionais. Os designers da área da comunicação, por exemplo, são aqueles que mais ofertas de trabalho têm tido, em virtude do crescimento que a comunicação social e a publicidade têm registado nos últimos anos. A sua actividade é normalmente desenvolvida em agências de design e de publicidade, departamentos de publicidade e imagem das empresas, editoras livreiras e empresas gráficas produtoras de jornais, revistas, folhetos e cartazes. Embora a procura destes profissionais tenha sido, até agora, razoável, esta é uma área extremamente competitiva e na qual é mais visível o excesso de oferta. Apesar de ainda oferecer possibilidades de expansão, o sector da publicidade é ainda muito sensível aos períodos de recessão económica, com custos para a procura destes profissionais.

design industrial, por seu lado, ainda se encontra numa fase de afirmação, pois só recentemente as empresas industriais começaram a recorrer com mais frequência à colaboração dos designers. A principal razão desta procura prende-se com as necessidades de sobrevivência e de competitividade que as nossas empresas têm perante o panorama do mercado único europeu e que as leva a investir na modernização dos seus produtos. Nesta área, as ofertas de trabalho têm sido proporcionadas, sobretudo, pelos sectores do calçado, dos têxteis, do mobiliário, da cerâmica e do vidro.

Os designers de moda e de interiores são aqueles que mais dificuldades sentem no mercado de trabalho, sobretudo os que pretendem trabalhar por conta de outrem. As oportunidades de emprego assalariado dos designers de moda, por exemplo, limitam-se quase totalmente às empresas de confecção de vestuário. Alguns trabalham, ainda, como figurinistas na produção de espectáculos, onde são responsáveis pela confecção do vestuário e dos acessórios dos artistas.

O estabelecimento por conta própria, através da criação de uma micro-empresa ou atelier, parece ser a forma que oferece aos designers maiores possibilidades de sucesso no mercado de trabalho. Isto deve-se ao facto das empresas preferirem, cada vez mais, subcontratar este tipo de serviços (através de concursos, por exemplo), uma vez que as suas necessidades são, em alguns dos casos, pontuais e não justificam o recrutamento de designers para os quadros. Além disso, os particulares representam uma procura significativa deste tipo de serviços, designadamente em especialidades como o design de interiores ou de moda. A criação de um atelier é, todavia, muito difícil, principalmente nos primeiros anos, pois é necessário obter recursos financeiros e procurar clientes, até se conseguir ganhar algum prestígio no mercado. Dadas as dificuldades, alguns designers optam por se associar na criação de uma micro-empresa.

A maior procura de serviços de design localiza-se nos grandes centros urbanos, designadamente nas cidades de Lisboa e Porto e respectivas periferias, embora se registe uma presença significativa destes profissionais em algumas cidades do centro do País. No entanto, esta procura é mais dispersa na área do design industrial, pois estende-se às regiões do país que possuem um número considerável de empresas do sector industrial. Muitas das vezes, essa procura é especializada em virtude do tipo de indústria que se localiza na região. É natural, por exemplo, que na Marinha Grande haja uma procura de profissionais especializados em vidros e cristais, nas Caldas da Rainha em cerâmica e na região de Braga em têxteis.


quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

A indisciplina do desenho ( parte 3 )

Tradicionalmente , a prática do desenho esteve associada ao uso de determinados materiais e técnicas , que se impuseram nos séculos XV e XVI , como o lápis , a caneta , o carvão , a grafite , o giz , o pastel , a tinta , o guache , ou a aguarela , aplicados sobre o papel . Até ao princípio do século XX , as inovações do ponto de vista técnico passaram essencialmente pela procura de novos efeitos expressivos através da combinação de diferentes materiais e procedimentos , e ainda pela exploração de novas possibilidades e soluções com técnicas caídas em desuso ( como sucedeu com a recuperação da ponta de metal , da aguarela e do pastel no século passado ) . 

Para além da sua existência como disciplina , ou como elemento que extravasa a disciplina , o desenho é hoje considerado , num sentido mais profundo , como equivalente ao pensamento do artista no acto de criação . É isso que afirma o escultor RIchard Serra numa entrevista : " O meu envolvimento inicial na arte deu-se através do desenho , e o desenho continua a estar no centro do meu trabalho . Comecei a desenhar quando era muito novo . O desenho é sempre indicativo do modo como os artistas pensam . Não consigo referir imediatamente nenhuma obra digna desse nome , na qual o desenho não seja um elemento-chave . Quando falo em desenhar , não me refiro ao desenho como uma disciplina diferente da pintura ou da escultura . Há o desenho do desenho e há desenho na pintura , assim como há desenho na escultura " . 

A indisciplina do desenho ( parte 2 )

O desenho intervinha sob a forma de esboços e estudos preliminares , com diferentes graus de elaboração , ao longo de uma sequência progressiva de etapas , que simplificava o processo de trabalho , muito complexo e moroso quando se tratava , como era comum , de grandes encomendas . 

O que possibilitou a realização dos esboços e estudos em suportes independentes , ao contrário do que era norma até ao século XV , foi a produção em grandes quantidades e a custos acessíveis do papel , que se generalizou então como suporte para a escrita e o desenho , em substituição do pergaminho . 

Efectivamente , não podia ser outro o estatuto do desenho , em épocas que valorizavam na obra de arte o sentido de perfeição e de acabamento , a monumental idade , o tempo que ela demorava a realizar , a nobreza dos materiais utilizados . É de referir todavia que , a partir do século XVII , o desenho foi ganhando progressivamente autonomia , sendo investido principalmente em géneros , também eles considerados menores , como a paisagem e o retrato . 

Não obstante o papel subsidiário e o estatuto inferior que lhe estavam associados ,o desenho foi reconhecido como tendo importância decisiva no processo criativo . Nos séculos XV e XVI , foi mesmo considerado o princípio fundador da teoria da aprendizagem e da actividade artísticas . Esta mudança radical na concepção do desenho , e na relação deste com as outras artes , esteve directamente ligada à revolução no sistema de representação visual ocorrida durante o Renascimento . Nesta época , a arte passou a ter como exigência representar a realidade exterior com verosimilhança . Em face desta exigência , o desenho tornou-se o instrumento privilegiado para treinar o olho e a mão , para alcançar o rigor e a precisão na representação , para assimilar noções como as de perspectiva e proporção , sem as quais qualquer tentativa de imitar a realidade se tornava vã . Saber desenhar passou a ser condição necessária e indispensável para um artista se poder afirmar como pintor , escultor e arquitecto . Neste contexto , o desenho foi instituído como disciplina obrigatória e basilar na aprendizagem artística e assumiu uma função selectiva . 

De certo modo , o desenho já era tradicionalmente o lugar dinâmico onde as ideias e as imagens ganhavam forma . Mas a valorização recente do desenho remete para modos de entender a arte radicalmente diferentes dos que vigoraram durante vários séculos . Podemos mesmo falar de uma inversão nos critérios de apreciação do desenho , valorizado pela espontaneidade e o carácter imediato da sua execução , pelas possibilidades de experimentação que proporciona , pela economia de meios , pelo carácter inacabado dos seus resultados , pela capacidade de dizer o essencial através do mínimo . Não há exemplo melhor do que o facto de o esboço mais rápido e sumário ser frequentemente exposto , publicado e comercializado , encarado que é como sinal exaltante do processo criativo . 

Mãos

E aqui estão as mãos : 





Pés ( parte 3 )

Agora estamos a estudar partes do corpo humano , mas é mais para melhorar no domínio dos materiais do que explorar a anatomia humana . Aqui está o resultado final : 





( ainda faltam as mãos ) 

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Pesquisa aleatória do dia : Fauvismo


O fauvismo (do francês fauvisme, oriundo de les fauves, "as feras", como foram chamados os pintores não seguidores do cânone impressionista, vigente à época) é uma corrente artística do início do século XX, que se desenvolveu sobretudo entre 1905 e 1907.1 O Dicionário Houaiss indica fovismo como um termo homônimo.

O estilo começou em 1901 mas só foi denominado e reconhecido como um movimento artístico em 1905. Segundo Henry Matisse, em "Notes d'un Peintre", pretendia-se com o fauvismo "uma arte do equilíbrio, da pureza e da serenidade, destituída de temas perturbadores ou deprimentes".

Este grupo de pintores utilizava nos seus quadros cores violentas, de forma arbitrária. A denominação do movimento deve-se ao crítico conservador Louis Vauxcelles, que, no Salão de Outono de 1905, em Paris, comparou-os a feras (fauves).

Havia ali uma escultura acadêmica representando um menino, rodeada de pinturas neste novo estilo, que o levou a dizer que aquilo lhe lembrava "um Donatello entre as feras". Tal denominação, inicialmente de caráter depreciativo, acabou por se fixar e passou designar o movimento.

O campo da criação artística é atingido fortemente pela Revolução Industrial. As mudanças são tão rápidas que seria impossível adotar os cânones artísticos anteriores. Neste meio não é mais permitido o estudo profundo, é preciso ingressar na corrida artística. As amarras criadas por normas sagradas buscam agora um novo propósito: pintar as sensações que despertam o estado de espírito no livre curso dos impulsos interiores. 

Muitas vezes o aprendizado é questionado. É a época da glorificação do instinto. O meio artístico gira em torno de um novo mundo. Está em ebulição. Multiplicam-se novos temas a respeito da arte, surgem novos comerciantes de quadros, críticos e exposições particulares. O artista possui, diante de si, cada vez mais informações em razão das mudanças e dos acontecimentos de sua época.

Os pintores fauvistas foram influenciados por: Van Gogh, através de seu emocionalismo e ardor passional no uso das cores, e por Gauguin, com seu primitivismo e visão sintética da natureza. A nova estética obedece aos impulsos instintivos ou as sensações vitais. Criar desobedecendo a uma ordem intelectual, onde as linhas e as cores devem jorrar no mesmo estado de pureza das crianças e selvagens, afrontando os cânones tradicionais da pintura. 

Evitam a ilusão da tridimensionalidade. A tela se apresentava plana, fornecendo apenas comprimento e largura. Basearam-se na força dos matizes saídos das bisnagas de tinta.
A realidade era deformada com a finalidade de produzir o estado de espírito do artista diante do espetáculo oferecido pela natureza em movimento (reflexos dos tons vivos sobre a água e galhos retorcidos). 

A nova geração de artistas buscava recomeçar sem se preocupar com a composição. Na ânsia de pintar o estado de graça, muitas vezes aplicava-se a tinta diretamente na tela, onde os vermelhos, os amarelos, os verdes uivavam e antecipavam o gosto moderno pela cor pura. Era o novo espírito de síntese, que deixava para segundo plano o desenho e a forma. 

Os elementos formais tornaram-se deformadores e criavam contrastes ou harmonia de coloridos inexistentes no mundo visível. Não se deixaram escravizar pelos aspectos visuais da realidade e do naturalismo. A nova arte surgiu como verdadeira libertação da realidade objetiva e foi construída pelas sensações visuais impulsivas dos artistas.



Características da pintura :

  • O fauvismo tem como características marcantes ;
  • a simplificação das formas e utilização maciça de cores puras;
  • a pouca, ou nenhuma, gradação entre os matizes;
  • as pinceladas, largas e definitivas, que continham espontânea gestualidade;
  • a utilização da cor na delimitação dos planos e na sensação de profundidade;
  • a escolha dos matizes sem relação com a realidade;
  • o movimento rítmico sugerido pelas linhas, texturas e pela continuidade dos elementos desenhados;
  • impulsividade e experimentação, em vez de exaustivos estudos preparatórios;
  • temas cotidianos que retratavam emoções e a alegria de viver;
  • a tradução de sensações elementares, no mesmo estado de graça das crianças e dos selvagens;




terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Exame de desenho ( 3 )

exame de desenho : 1º fase - 2014




Identidade artística : Salvador Dali

Salvador Domingo Felipe Jacinto Dali i Domènech, 1º Marquês de Dalí de Púbol (Figueres, 11 de maio de 1904— Figueres, 23 de Janeiro de 1989), conhecido apenas como Salvador Dalí, foi um importante pintor catalão, conhecido pelo seu trabalho surrealista. O trabalho de Dalí chama a atenção pela incrível combinação de imagens bizarras, oníricas, com excelente qualidade plástica. Dalí foi influenciado pelosmestres do Renascimento.O seu trabalho mais conhecido, A Persistência da Memória, foi concluído em 1931. Salvador Dalí teve também trabalhos artísticos no cinema, escultura, e fotografia. Ele colaborou com a Walt Disney no curta de animação Destino, que foi lançado postumamente em 2003 e, ao lado de Alfred Hitchcock, no filme Spellbound. Também foi autor de poemas dentro da mesma linha surrealista.
Dalí insistiu em sua "linhagem árabe", alegando que os seus antepassados eram descendentes de mouros que ocuparam o sul da Espanha por quase 800 anos (711 a 1492), e atribui a isso o seu amor de tudo o que é excessivo e dourado, sua paixão pelo luxo e seu amor oriental por roupas. Tinha uma reconhecida tendência a atitudes e realizações extravagantes destinadas a chamar a atenção, o que por vezes aborrecia aqueles que apreciavam a sua arte, ao mesmo tempo que incomodava os seus críticos, já que sua forma de estar teatral e excêntrica tendia a eclipsar o seu trabalho artístico.






domingo, 22 de fevereiro de 2015

Esboço : candeeiros




Esboço : paisagens ( 4 )



Agora há marcadores !

Eu criei um pouco de coragem e na tentativa de melhorar este blog adicionei a barra de marcadores . Vou deixar o resumo dos conteúdos que terá cada marcador : 

- Desenho : quando criei o blog minha intenção era postar só desenhos , mas comecei a por bem mais do que isto . porém nas mensagens que postava nunca deixei explicito que era desta categoria por causa deste motivo . Assim vai continuar , porém os desenhos agora vão estar mais organizados nesta categoria . 

-Oficina de artes : além de ser uma disciplina que eu tenho , vou deixar aqui tudo que não seja desenho , desde esculturas ,maquetes , intervenções , até bonecos feitos de papel . 

-Multimédia : esta categoria inclui conteúdos a princípio digitais ( apesar da sua produção não ser inteiramente digitais ) . aqui haverá videos , imagens editadas , pesquisa , e trabalhos feitos na escola . 

- Pesquisa aleatória do dia : inclui pesquisa de materiais , ensaios , conteúdos úteis .

- Arte no dia a dia : inclui fotos de artes que eu vejo pelo dia a dia , desde exposições , até algo que chame a atenção na rua . 

- Isto aqui não é só arte : Como disse , a princípio minha intenção era postar somente conteúdo artístico neste blog , mas eu vi a necessidade de ir mais além , então resolvi deixar bem claro que isto aqui não é só arte . Nesta secção vou partilhar meus gostos , conteúdos do dia a dia , etc... 

-Projectos : vai ser um pouco difícil postar nesta secção pois é um pouco complicado para mim agora criar projetos assim do nada , mais sempre que puder coloco lá algo novo , e também já há alguns que já tinha feito . 

-Mensagens : nesta área vão estar textos que eu faço , pesquisas , alguns trabalhos da escola e recados importantes ( como este ) . 

-Identidade artística : este é um dos meus projetos onde eu desenho e ao mesmo tempo pesquiso sobre alguem famoso ou que merecedor de reconhecimento . 

- ( EM MANUTENÇÃO ) : mais marcadores virão com o tempo , de acordo com a necessidade . O meu tempo no momento está um pouco apertado para me dedicar 100% a este blog , e teve uns meses que postei uma ou duas mensagens . Nos últimos meses já tenho cuidado mais do blog , mas por enquanto só posso garantir conteúdo .

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Pesquisa aleatória do dia : Os 10 Mandamentos da Massa de Modelar

1- A massa de modelar deve ser trabalhada em cima de uma superfície plana e lisa, de preferência vidro, que deve ser mantida limpa e seca.

2- Deve trabalhar-se com as mãos bem secas e limpas ou com luvas, para evitar deixar marcas nas peças a realizar.

3- A massa deve ser cortada com um objecto afiado - faca de cozinha, lâmina, bisturi ou x-acto - e deve ser bem amassada para ficar moldável.

4- Para se esticar a massa deve usar-se um rolo de plástico ou a máquina de trabalhar fimo (também conhecida como a vulgar máquina de fazer massas para culinária).

5- A massa de modelar deve ser guardada em local seco e fresco, longe do calor, podendo ainda ser guardada no frigorífico para não amolecer, o que tornaria o seu manuseamento difícil.

6- Logo que se obtém uma peça (bijuteria, decorativa, etc) ela deve ser cozida em forno caseiro, durante 20 minutos a um temperatura constante de 130º e não mais, ou a peça ficará queimada e as cores alteradas.

7- Assim que cozida, a peça deve ser arrefecida fora do forno até adquirir a consistência necessária. Enquanto quente, mostrar-se-á mole.

8- Depois de arrefecida, a peça deve ser lixada com lixa d'água (os dois tipos) a fim de se lhe retirar qualquer imperfeição, tornando a peça mais lisa e pronta para ser envernizada.

9- O verniz a utilizar deve ser específico e nunca - JAMAIS!! - se deve utilizar o verniz transparente para unhas que, a curto prazo estala e estraga a peça .

10 - As sobras de massa devem ser guardadas individualmente conforme as cores, embrulhas em película transparente ou em embalagens individuais, para que não se misturem as cores.

Esboço : algumas obras de Picasso


sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Oficina de artes - Ponte Luís I ( parte 2 - trabalho final )

Neste período em oficina de artes recebemos a tarefa de transformar uma imagem em um elemento tridimensional . Uma introdução básica à realização plástica física .

Podia-se fazer com qualquer imagem , muitos da minha turma estavam a fazer de quadros famosos mais eu convenci o meu professor a me deixar fazer o trabalho com um desenho que eu tinha feito nas férias . 

Eu achei que o trabalho mostra um pouco de imaturidade no domínio dos materiais , mas também não posso falar muito porque não tinha materiais disponíveis e era o meu primeiro trabalho do tipo , então este foi o melhor que pude apresentar . No fundo gostei do resultado final , e penso que cumpri os objetivos do trabalho . 

Planificação do projeto : 




Desenho utilizado como referêcia : 




Apresentação do trabalho final : 















quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Oficina de artes : Ponte Luís I ( parte 1 - pesquisa )



A Ponte Luís I ou Luiz I, popularmente também chamada Ponte D. Luís, é uma ponte em estrutura metálica com dois tabuleiros, construída entre os anos 1881 e 1888, ligando as cidades do Porto e Vila Nova de Gaia (margem norte e sul, respectivamente) separadas pelo rio Douro, em Portugal.
Esta construção veio substituir a antiga ponte pênsil que existia no mesmo local e foi realizada mediante o projecto do engenheiro belga Théophile Seyrig, que já tinha colaborado anteriormente com Gustave Eiffel na construção da ponte Maria Pia, ferroviária.

A ponte foi inaugurada em 1886 (tabuleiro superior) e 1888 (tabuleiro inferior e entrada em total funcionamento).


Na segunda metade do século XIX, o comércio progredia na cidade do Porto. As fábricas espalhavam-se por todo o bairro oriental da cidade, dito brasileiro. O tráfego para Gaia e Lisboa crescia a olhos vistos, e a bela Ponte Pênsil não chegava para uma circulação eficaz.


Por proposta de lei de 11 de Fevereiro de 1879, o Governo determinou a abertura de concurso para a "construção de uma ponte metálica sobre o rio Douro, no local que se julgar mais conveniente em frente da cidade do Porto, para a substituição da actual ponte pênsil", após o governo não ter aceite um projecto da firma G. Eiffel et Cie. que só contemplava um tabuleiro ao nível da ribeira, com sector levadiço na parte central. 

Um projecto que mereceu um Grande Prémio na Exposição Universal de Paris de 1878, mas não servia para uma eficaz ligação entre os núcleos urbanos do Porto e Gaia. Por isso aquele concurso impôs como premissa necessária à concepção de uma ponte de dois tabuleiros. 

Apresentaram-se numerosos concorrentes: Société de Braine Leconte,Société des Batignolles (duas soluções), G. Eiffel et Cie., Auguste LeCoq. Andrew Handyside, Société de Willebroek(duas soluções) e John Wixon. Foi vencedora a proposta da empresa belga Société de Willebroeck, com projecto do engenheiro Teófilo Seyrig, que já tinha sido o autor da concepção e chefe da equipa de projecto da Ponte D. Maria Pia. 

Teófilo Seyrig, enquanto sócio de Gustave Eiffel, assina como único responsável a nova e grandiosa Ponte Luís I. A construção inicia-se em 1881 e a inauguração acontece a 31 de Outubro de 1886.

A estrutura da nova ponte, verdadeira filigrana de ferro, que passou a ser, juntamente com a Torre dos Clérigos, o ex libris por excelência do Porto, pesava no seu conjunto 3.045 toneladas. A ponte ficou iluminada por meio de artísticos candeeiros de gás, 24 no tabuleiro superior, 8 no inferior e 8 nos encontros.

Desde 2005 o seu tabuleiro superior serve a Linha D do Metro do Porto e no tabuleiro inferior peões e veículos automóveis.

Em 2012, uma inspeção das Estradas de Portugal concluiu que a ponte precisava de obras de manutenção e reabilitação, nomeadamente ao nível do pavimento, juntas de dilatação, e pintura de vigas e guarda-corpos. 2 Durante o mês de agosto de 2013 deu-se uma «manutenção regular no tabuleiro superior», tendo estado a Linha Amarela do Metro do Porto encerrada entre as estações General Torres e Trindade a partir das 21:30 .

Cronologia: 

1879, 11 de fevereiro - é determinada pelo governo a construção de uma ponte sobre o Douro
1880, novembro - apresentação a concurso dos projectos de construção
1881, janeiro - deliberação que escolheu um projecto da sociedade belga Société Willebreck de Bruxelas
1881, 21 de novembro - adjudicação da obra à empresa belga Société de Willebroeck
1881 - início da construção
1886, 26 de maio - efectuados testes de resistência à ponte
1886, 30 de outubro - conclusão dos trabalhos do tabuleiro superior
1886, 31 de outubro - inauguração do tabuleiro superior
1886, 1 de novembro - entra em vigor o sistema de portagens a favor da empresa adjudicatária
1888, 31 de outubro - inauguração do tabuleiro inferior, e conclusão das obras 1
1905 - colocação de carris dos eléctricos 4
1944, 1 de janeiro - extinção do sistema de portagens
1954 - obras de reparação e remoção dos elétricos com projecto do engenheiro Edgar Cardoso
2003, 27 de Junho - encerramento ao trânsito do tabuleiro superior, para adaptação da estrutura ao metro
2005, 18 de setembro - inauguração da linha de metro e da passagem de peões no tabuleiro superior5

Olhos ( parte 3 - trabalho final )

grafite

Aguarela

pastel de oleo