Primeiramente vou por os comentários feitos por um professor da área em um dos seus blogs .
Aqui está o perfil do professor :
https://www.blogger.com/profile/00273237566292449624
seguido do blog fonte do seguinte relato :
http://aprendiz-de-desenho.blogspot.pt/
"Este ano melhor estruturada e desenvolvida, no entanto persistem as limitações no domínio dos meios, recusando aos alunos uma amplitude mais generosa de respostas, condicionando a sua expressão e introduzindo um elemento de perturbação que, na realidade, não permite aferir nada de relevante. Não se entende a insistência nos pastéis de óleo por oposição à ausência de carvão, ou sanguínea, numa disciplina de desenho!
Não deveria existir exame de Desenho ou, a realizar-se, deveria incidir sobre o domínio teórico específico das Artes Visuais. Poderia ser articulado com a apresentação e avaliação de um porta-fólio no final do ano. Seria muito mais preciso e justo para os alunos.
Vamos à prova:
Pedia-se “observância da forma geral e das proporções entre as partes do modelo” e a “exploração criteriosa dos elementos estruturais da linguagem plástica”. Um desenho que preencha estes requisitos implica o dispêndio de, pelo menos, uma hora. Pedia-se um exercício analítico e um registo naturalista.
Pretende-se avaliar os procedimentos (técnicas e ensaios/ esboço). Espera-se que, nos descritores, não surja algo como “observância da forma geral e das proporções entre as partes do modelo”, como já ocorreu…
Passe a quase redundância da “composição dinâmica (…) modelo em três posições diferentes” (mesmo recorrendo aos três-em-linha o resultado será sempre dinâmico) o que há a salientar é, uma vez mais, o dirigismo vicioso do M.E. ao impor estes meios, não permitindo “uma paleta de cores frias” (Viva o 3º ciclo!) com meios actuantes à escolha do aluno: lápis de cor, aguarelas, etc.
A leitura dos dois parágrafos que sucedem o preâmbulo consolida a confusão: “Crie uma nova composição” e “mantenha ou altere o esquema compositivo apresentado”; em que ficamos?
Finalmente (a cereja no topo do bolo), propõe-se a utilização da “linguagem plástica com que mais se identifique e que melhor expresse a sua ideia” desde que numa “técnica mista de tinta-da-china e lápis de cor ou uma técnica mista de grafite e sanguínea”. Com tanta fartura prevê-se indigestão.
Como se pode pretender um registo rápido e expressivo e simultaneamente pretender rigor, correcção das proporções e uns condimentos mais para armadilhar examinandos?
Nervoso miudinho, algumas mochilas-atelier, materiais esquecidos ou não contemplados “porque não vai sair de certeza” (apesar das repetidas advertências) e uma certa apreensão alimentada pelos desequilíbrios dos exames anteriores. No final da prova vários alunos choravam a escassez de tempo.
Onde se poderia permitir o exercício pleno da criatividade mantém-se uma toada claustrofóbica do desenho, subordinando-o essencialmente a uma visão academizante que convive mal com as possibilidades criativas. Atente-se ao exemplo da questão II: o item “criatividade” (10% da cotação da prova!) surge embrulhado e condicionado por uma relação indefinida das “figuras imaginadas com o espaço recriado” (alínea c). Que criatividade poderá haver quando estas deverão apresentar “volumes e proporções com correcção” (alínea b) e “adequadas ao espaço dado” (alínea d)? Portanto, se um dos meninos desenhou o Gulliver de burka já sabe...
Esperava-se, ingenuamente, uma correcção das anteriores investidas, qualquer coisa que espelhasse um propósito mais consistente do que a gelatina pedagógica servida até à data.
O grupo I dispensava perfeitamente uma das duas últimas questões: a deformação poderia ser representada com um meio à escolha do aluno em vez da insistência doentia nos pasteis de óleo (que a escala e o tipo de papel desaconselham). O Grupo II resgata o tédio precedente, embora se lamente a má qualidade da reprodução da obra de Helena Almeida. Uma nota para o modelo que, à semelhança do exame anterior, não corresponde à fotografia: o papel é mais baço e não permite, em muitas circunstâncias, a representação de brilhos e de reflexos. Espera-se que, nos critérios de correcção/descritores não haja o desplante de pretender avaliar o que os alunos não puderam ver…
Voltando ao pastel de óleo, não se refere o uso da terebintina, que permite diluições, misturas mais delicadas e registos mais pormenorizados, ou seja, corre-se o risco da obrigatoriedade do recurso à técnica, amputada de alguns procedimentos. Temerá o GAVE o odor intenso nas salas de exame ou será desatenção? Fica o reparo. "
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