quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Fragmentos do Infinito

Antes de começar o meu diário gráfico eu deixei a primeira página em branco pois na altura não tinha ideias para a capa . Mais tarde isto veio a me ser útil . 

Agora no final do período eu precisava de uma capa para o meu portifolio e também queria uma para os meus diários . Eu procurava uma forma de refletir o que eu pensava sobre a arte , transmitir o sentimento de colapso que é a vontade que sentimos em fazer o que fazemos . 

Eu fiz isso da forma mais inusitada possível , eu pintei de algumas cores uma folha e apanhei outras folhas e pus por cima . Resultou em algo abstrato , esquisito , mas que me chamava a atenção , despertava qualquer sentimento por trás daquilo . 

Eu fiz alguns recortes e colagens , reforçei a pintura , e aqui está a temática que consegui para as minhas capas : 








O infinito é algo impossível de representar , o mais próximo que podemos chegar é a um sentimento . Neste sentimento podemos ver o quanto o universo é grande , mas só por chegar ali já nos sentimos realizados . 



O trabalho apresenta uma certa imaturidade na forma de registo , mas o resultado final é harmonizante e chamativo . Neste período ( meio que involuntariamente ) eu estudava mais o abstraccionismo e este foi um dos melhores trabalhos (originais) que eu já fiz no abstrato . 

Procurava transmitir a essência de um artista , e penso que consegui fazer isso .

O PRIMEIRO DIÁRIO DE UM ARTISTA

O diário gráfico é um dos instrumentos mais importantes de qualquer pessoa no ramo das artes . Nele realizamos estudos , esboços , obras de arte , enfim , o diário gráfico é a base de um bom trabalho de um artista . 

E é essencial um artista ter um bom diário gráfico ; completo ; com diversidade de temas , materiais e técnicas ; e sempre atualizado .

Num diário gráfico realizamos vários registos do dia-a-dia , ilustrações de coisas que apreciamos , e criações abstratas ou mais concretas . 

Neste fim de ano é com muita satisfação que eu digo que completei o meu primeiro diário de um artista ( é este em destaque na imagem ) .

Neste post vou dizer como foi a grande experiência de completá-lo de desenhos e como foi o meu desempenho artístico até então .

1º diário gráfico : 

Em 2012 ( 10º ano ) cheguei de para-quedas aqui em Portugal e no curso de artes visuais , e logo na primeira aula de desenho o professor falou todo este discurso sobre o diário gráfico , porém minha mente ingênua ainda não tinha captado toda sua importância na altura , então eu comprei o primeiro caderno que vi na loja . Era um pequeno bloco com folhas finissimas , e por acaso até trabalhei um pouco nele , mas como primeiro diário gráfico estava vergonhoso , mas depois fui descobri que se eu fizesse ele ou não , não iria influenciar tanto na minha nota final , aí que eu me desleixei nele por completo . 

2º diário gráfico : 

Em 2013 ( 11º ano ) eu tinha tomado uma decisão que mudou por completo meu percurso , que era me esforçar naquela disciplina que parecia chata que era o desenho , e que eu tinha que gostar daquilo porque era o que eu ia seguir no futuro . Então comecei a me esforçar mais ( com resultados ) nos trabalhos e vi que aquele trabalho era compensador , porém o diário gráfico ainda estava empoeirado e sem nada de jeito . 

3º diário gráfico : 

Depois que comecei a ver estes resultados eu decidi comprar um diário gráfico melhor e apesar da imaturidade dos trabalhos , e limitação dos recursos , eu consegui acabar ele ( também pudera , eram só umas 20 folhas e ainda arranquei algumas ) .

4º diário gráfico : 

No último período do 11º ano eu vi que precisava de um bom diário gráfico então comprei o melhor que vi na loja e ( um sintoma de quase todos os artistas ) quando ganhamos algo novo nos sentimos mais inspirados para trabalhar , então eu trabalhei um bocado naquele diário . e acabei ele ( com muitas folhas em branco , desenhos incompletos e folhas rasgadas ) 

5º diário gráfico ( oficialmente o meu 1º diário gráfico como deve ser ) : 

Em 2014 ( 12º ano ) eu comprei o mesmo diário gráfico que tinha comprado anteriormente e vi que se eu me esforçasse e gostasse mesmo daquilo , eu iria conseguir completá-lo ; e foi o que eu fiz . 

Este diário gráfico é resultado da correção de todos os erros dos anteriores , nele eu expandi meus conhecimentos em materiais e técnicas e tentei refletir os meus gostos , as pessoas que eu gosto , ambientes em que vivo , enfim , a minha vida . 

Um diário gráfico concluído ...

...Quer dizer que você tem algo para representar o seu trabalho , estudo , desempenho e esforço ; não se compara a um portifolio pois enquanto num diário tem muitos trabalhos , nem todos bons , não passam de estudos ; enquanto num portifolio alem de sintetizar as suas qualidades , o trabalho é melhor apresentado .

...Mostra para você respostas , resultados de estudos , desde cores , formas , técnicas ; estas respostas você pode usar em trabalhos mais tarde . 

...Com borrões de tinta ou rabiscos de linhas servem para dar ideias para trabalhos abstratos mais tarde .

...Quer dizer que você já não precisa ficar tão preocupado em fazer experiências de desenho , pois cada desenho do diário gráfico já lhe ensinou alguma coisa , lhe elevando para um nível mais alto . 

... Lhe dá um enorme sentimento de satisfação . 


Aqui está o famoso diário : bloco de desenho a5 com folhas de 120gm .
Atrás está o anterior e o posterior ( ainda está em branco )  a este , e um bloco parecido da mesma marca só que em a4 onde eu faço trabalhos mais bem elaborados .


Next ...

Uma das principais qualidades de um artista é saber se habituar a mudanças e saber como reagir a elas , desde momentos históricos a tendências , um artista precisa estar sempre atualizado desde entidades exteriores à desempenho pessoal . 

O objeto de estudo que reflete os conhecimentos e a cultura do artista é o diário gráfico , ou seja , nunca haverá um último diário gráfico . É essencial prosseguir com este tipo de estudo .

O melhor conselho que já recebi , que foi uma das bases desde trabalho foi : " fazer um desenho por dia " . Não precisa ser uma obra de arte , mas também não precisa ser algo feito às pressas por obrigação . Tem que ser fruto da naturalidade , e tem que transmitir alguma mensagem , te dar algum conselho , mostrar-se um trabalho produtivo . 

Acho que este deve ser o primeiro objetivo de qualquer artista iniciante : completar um diário gráfico .

Como eu disse , eu fiz um monte de diários gráficos antes de chegar neste , mas para mim este é o primeiro porque além de completo , cada desenho que eu vejo me ensinou alguma coisa e me deu respostas que eu queria ou não , mas me ajudou a chegar a conclusões para melhorar o meu trabalho . 














As máquinas estão a a mudar a nossa forma de comunicar.

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Pesquisa aleatória do dia : O design e o designer

 “Design gráfico é o processo de comunicar visualmente utilizando textos e imagens para apresentar informações.

 A prática de design gráfico envolve um espectro de habilidades cognitivas, estéticas e habilidades em tipografia, artes visuais e diagramação de páginas.

São as técnicas usadas na criação e no desenvolvimento de projetos gráficos e de comunicação visual e na concepção artística de peças e objetos. Dependendo de sua formação, mais generalista ou mais voltada para a parte gráfica ou industrial, esse profissional encontra diversos setores de atuação.

Em resumo, um designer gráfico precisa ser interdisciplinar: precisamos saber de tudo, desde como que é feito o papel até como que o hambúrguer é preparado. Mesmo. Um designer gráfico pode trabalhar em todas as áreas portanto têm que ter uma noção de todas estas áreas. Um designer ignorante é como um economista que não sabe contar.

O trabalho de um designer gráfico se resume em resolver problemas de comunicação: é informar algo de forma inteligível a um certo público utilizando-se de imagens, tipos, cores, etc. Pode ser aplicado em qualquer mídia, seja impresso em papel, em embalagem, na tela, em animação, etc.

O designer gráfico não é um artista, mas age como um, passando sentimento para seus trabalhos e capturando a atenção do público para sua mensagem.



BACHARELAD

domingo, 28 de dezembro de 2014

Exame de desenho (2)

Este já foi feito em aula , às pressas e com um pouco mais de nervosismo , o produto final não me agradou muito mas o resultado foi bom , então ta-se bem . 




Exame de desenho ( 1 )

Aqui está a tal obra de arte que foi o exame de desenho . Este foi o primeiro que eu fiz teoricamente , para servir de primeiro contato com o exame . 














Alguns comentários sobre o exame de desenho ( parte 5 )

Só para finalizar este assunto , vou por aqui algumas informações gerais sobre o exame de desenho :

http://pt.scribd.com/doc/82898502/Informacao-DesA706-2011-2012

Curso científico humanístico de artes visuais : 12º ano

Após o enorme testamento sobre o exame de desenho , vou falar um pouco a minha opinião atual sobre o curso de artes visuais . 

Como já disse muitas vezes estou no 12º ano de artes visuais ; Na teoria : o ano de decisões , o ano em que o aluno pula da parte teórica para a parte prática das artes visuais , o ano em que se constroem as bases para a faculdade ; Na prática : o ano mais fácil de todos , só é preciso ir a escola de manhã e ainda tem um dia de folga , só temos que nos preocupar com a disciplina de português , não temos mais tantos testes .

Como aluno eu não estou nem um pouco contente com o 12º ano , pois dependo do animo dos meus colegas para trabalhar em algum projeto , dependo de professores e diretores para aprovar projetos , dependo de um exame de desenho que " avalia o meu desempenho como desenhista " , dependo de materiais e tecnologias que a escola não disponibiliza , dependo da criatividade do meu professor em nos por a fazer cópias de um objeto durante semanas . 

Como estudante não estou feliz , mas estou seguro e determinado ; apesar da raiva eu não discuto muito sobre esses fatores , eu simplesmente faço o que tenho que fazer na escola , estudo o que quero estudar em casa , e sigo a vida e sei que vou conseguir entrar na universidade pelo modo " exames " ou pelo modo " estas são as minhas desculpas por não ter conseguido boa nota , mas como eu sou bom estudante , por favor me deixe entrar " . 





Sim , o rapaz de camisa vermelha e óculos sou eu ^^

Alguns comentários sobre o exame de desenho ( parte 4 )

Após a parte prática , fui ver a parte teórica . Admito que fiquei um pouco assustado após ler as declarações que eu via na internet , por exemplo essa que eu publiquei aqui . Ainda fui conversar com outros colegas meus que já fizeram o exame e de assustado fiquei um pouco decepcionado . 

Desde já digo que concordo com 99% da declaração que aqui coloquei . 1 % eu não posso concordar porque eu não posso argumentar algo que eu não sei . 

Esse 1 % parte do facto de eu ter chegado em Portugal em 2012 , ou seja eu caí de para-quedas no curso de artes visuais . A partir daí me senti na minha zona de conforto , mas admito que sinto falta de um ensino mais rigoroso que eu acho que não está presente . Não sei se é porque os meus professores já não estão mais tão animados com isso pois eles são um bocado velhos , ou se é porque não há o reconhecimento que merecemos , ou se é porque devido a esses fatores os próprios alunos percam completamente o interesse em fazer algo de jeito ( mas ainda há esperança , pois sempre há alguns que querem fazer algo ) . 

Desses relatos que eu leio só vejo que há alguma verdade nas hipóteses que eu levanto e a " cereja no topo do bolo " é o tal exame de desenho . Uma situação que eu levanto aqui é a seguinte : 10º ano - o aluno acaba de chegar em artes visuais , um poço de expectativas , mas acaba o ano sem sentir que aprendeu alguma coisa ; 11º ano - o aluno tem outras coisas com que se preocupar ( por exemplo o exame de geometria ) , o desenho fica completamente a parte ; 12º ano - a única coisa com que o aluno tem que se preocupar ( para além do exame de português ) é com o exame de desenho . Esse aluno não tem motivo nenhum para fazer algo para além do que agrade o exame .

Essa ilustração é desanimadora , mas já comprovei que é verdade . Ainda há as disciplinas opcionais do 12º ano , mas isso já é algo que eu falo mais tarde .




Alguns comentários sobre o exame de desenho ( parte 3 )

Vou contar então como foi a minha experiência do tal exame .

Primeiramente , logo quando foi marcado a data da aula em que fariamos o exame eu começei a pesquisar sobre comentários , modelos , critérios , e exames para fazer . 

Uma semana antes eu fiz um exame com a ajuda do professor ( daqui a pouco o postarei para verem como ficou ) . 

No exame que eu fiz como estudo , eu tentei focar-me no rigor através do desenho rápido . Tentei descrever os elementos principais do que era pedido através de uma aguada rápida , traços rigorosos e um contraste acentuado . Eu tentei fazer o mais rápido possível mais acabei gastando mais tempo que o esperado . 

Eu fiz o grupo 1 em um dia e no dia seguinte fui ao grupo 2 que para mim deu uma carga de trabalhos maior , por causa da clássica questão da criatividade ( que é o que falta a mim e a vários jovens hoje em dia ) . Eu fiz a questão mas o resultado não me agradou nada , então fui procurar referências para tentar fazer novamente a mesma questão , daí o segundo resultado já me agradou um pouco mais , mas não agradou ao professor , e nem a ninguém que eu perguntava . 

Vamos ao exame oficial : 

Tinhamos 4 blocos de 90 minutos para fazer o exame . O professor nos distribuiu e foi nos ajudando aos poucos , nos explicou o enunciado , tirou algumas duvidas e ensinou alguns truques .

" No exame de desenho pode-se fazer o que quiser , desde que quem for corrigir não perceba " 

Eu fiquei um pouco preso no exercício do modelo então dei uma pausa nele e fui para o exercício da criatividade . O meu objetivo ali era demonstrar um bom domínio dos materiais , mas como tinha que lidar com aguarelas , achei melhor mexer logo nele e o deixar secar enquanto ainda fazia o primeiro grupo novamente . 

Acabou-se o tempo , todos os meus exercícios estavam feitos e na minha cara via-se a decepção pois estava horrorizado com aqueles desenhos " mal feitos " . Durante um tempo eu me questionei se tanto estudo compensava e se eu sabia mesmo desenhar .

Daí eu recebi o resultado e ressalto agora um dos piores fatores no exame de desenho : a subjetividade de quem o corrige . Eu achava aquele trabalho horrível , mas meu professor acha que é merecedor de um " satisfaz plenamente " . Segundo ele todos os exercícios respeitavam os critérios de avaliação . 

O que indiretamente esta subjetividade me diz é que até um aluno do 4º ano podia fazer o exame de desenho e ter uma nota dessas ( mas prefiro não levar a conversa por ai ) . 

Enfim , o que eu acho é que para quem vai fazer o exame de desenho não se assuste . Após receber este resultado voltei a minha sanidade e vi a grande treta que é este exame . Algo essencial que é preciso saber antes de fazer este exame é : ESTE EXAME NÃO DIZ O QUANTO VOCÊ É BOM EM DESENHO . este exame não passa de uma formalidade oferecida para o ensino para dizer que você concluiu a disciplina . A única coisa que posso sugerir é aprender a lidar psicologicamente com o estresse adicional que este exame oferece , alguns truques a parte , a lidar com o tempo , e essencialmente , a lidar com os materiais.

Alguns comentários finais : 

Teoricamente o exame de desenho avalia a capacidade de representação e observação , domínio das sombras , ângulos e contrastes e a construção de uma estrutura bem apresentável ( exercício 1 ) .

Também avalia a capacidade de criação , imaginação , transformação e síntese através do bom domínio dos materiais ( exercício 2 ) .

Teoricamente as coisas são bonitas , mais além do tempo insuficiente para avaliar estas capacidades , na prática , os critérios de avaliação não me parecem muito corretos . Sendo assim , para mim o exame não avalia em nada o desempenho de um aluno , sendo que pode prejudicar a nota de grandes desenhistas e aumentar a nota de desenhistas não tão bons assim . 

Sou a favor de uma avaliação melhor , por exemplo através de diários gráficos ou portifólios ; mas como infelizmente estou sujeito a este exame o máximo que posso fazer é estudar por conta própria e esperar que alguma universidade venha aceitar estas minhas " desculpas " mais tarde . 

sábado, 27 de dezembro de 2014

Alguns comentários sobre o exame de desenho ( parte 2 )

" Enquanto as Artes Visuais não tiverem o seu currículo revisto, restituindo horas fundamentais de História de Arte, repondo disciplinas como Teoria do Design, reintroduzindo o estudo da perspectiva cónica em DGD e a recuperação de tempos perdidos nas disciplinas práticas, como as Oficinas...e Desenho, o resultado será, como tem sido hábito, frágil. Não que isso incomode os nossos governantes e a sua visão restrita e serôdia.

Noutros anos e exames aludimos o formato erróneo desta prova, sublinhando o carácter mais justo e preciso dos dossiês individuais. O exame não avalia as reais capacidades dos alunos, é uma opção política e não pedagógica e espelha o gosto nacional pelas opções demagógicas.

O tema dos exames de Desenho daria uma tese. Neles se espelham alguns dos vícios atávicos nacionais – desorganização, ausência de objectivos – e estatais: dirigismo e desconfiança (ou paternalismo de conveniência). Esta última sobre os professores…

A informação transmitida merece, para já, o seguinte reparo: no que respeita aos materiais a apresentar pelos alunos a exame (ponto 5, da informação do GAVE), dos meios destinados a colorir, suscita estranheza a insistência nos pastéis de óleo. Entre outras razões, pela dificuldade que apresenta o seu manuseamento em dimensões relativamente reduzidas.

Não parece ser pedagogicamente correcto – como tem sido tónica – a obrigatoriedade na utilização de um meio específico, em particular nas questões de desenvolvimento, onde a técnica deve servir o sentido da resposta do aluno, devendo este escolher o meio de coloração que considere mais apropriado: lápis de cor, ceras, guache, aguarelas, etc.


Prosseguindo a leitura, chegamos às “Propostas de intervenção didáctica” ou, num português mais simples, o que deverá ser feito na sala de aula: “Como medidas de superação destas dificuldades, propomos uma prática lectiva mais atenta ao desenvolvimento da criatividade e da imaginação”, e a coisa prossegue nesta toada. O que não é incluido neste relatório paupérrimo é a  reflexão (auto)crítica incidindo nas finalidades e estrutura do exame.

Para os senhores relatores, estaremos perante a fórmula ideal, a pedra filosofal da avaliação. Não questionam a xaropada reiterada dos referentes artísticos contemporâneos nas questões que propõem o “desenvolvimento da criatividade e da imaginação”. Não questionam a imposição patética de meios atuantes – como o pastel de óleo – que quase ninguém utiliza - e, mais grave ainda, que não permitem (considerando as limitações do exame: tempo de execução, dimensão do suporte, tensão,...) o almejado esparramar da “criatividade e da imaginação”. Este relatório anorético não questiona o papel do Ministério da Educação na demolição do currículo das Artes Visuais, retirando aos alunos o conhecimento de matérias essenciais, quer por via da amputação, seguida de prótese disfuncional, do programa de História das Artes (que deveria acompanhar todo o ciclo do secundário) quer pela eliminação (em 2005 se a memória não falha) da disciplina de Teoria do Design (que permitia a compreensão e consolidação de saberes, para além da definição de opções no prosseguimento de estudos numa área que está na base de muita da riqueza das nações).

Chegamos a 2011 e aos resultados alcançados: uma lástima previsível. As razões deduzem-se, parcialmente, do anteriormente exposto, acrescidas do facto do universo de alunos de artes visuais conter uma mole imensa de estudantes "inertes", com pouca curiosidade artística, (impera o universo gráfico repetitivo dos jogos de vídeo, de mangas de  qualidade inferior e dos concursos patéticos de "estrelas" disto e daquilo), com espírito crítico inexistente no capítulo dos deveres e, principalmente, sem a paixão necessária para prosseguir numa área que exige uma prática intensa e regular.

Repete-se a questão: por que razão se brindam os alunos com um "estímulo visual"? Será que a formação de Artes Visuais é assim tão anoréctica? Infelizmente sim, espoliada que tem sido de horas e de disciplinas essenciais...
Retoma-se o que todos os anos tem sido referido: o princípio da avaliação não deveria sacrificar a especificidade da disciplina. Esta disciplina tem, a todos os níveis, práticos e teóricos, particularidades que a distinguem das demais (quem desenha sabe-o bem). Sujeitar os alunos a um exame não permite aferir com justiça níveis de desempenho e as competências adquiridas com a mesma precisão que um portefólio permite. "

Alguns comentários sobre o Exame de Desenho ( parte 1 )

Um dos trabalhos realizados em aula neste período foi o famoso exame de Desenho . Foram alguns dias de pesquisa para ver como reagir diante do tal exame e mais algumas horas de treino fazendo exercícios em um tempo limitado . 

Primeiramente vou por os comentários feitos por um professor da área em um dos seus blogs . 

Aqui está o perfil do professor : 

https://www.blogger.com/profile/00273237566292449624

seguido do blog fonte do seguinte relato :

http://aprendiz-de-desenho.blogspot.pt/

"Este ano melhor estruturada e desenvolvida, no entanto persistem as limitações no domínio dos meios, recusando aos alunos uma amplitude mais generosa de respostas, condicionando a sua expressão e introduzindo um elemento de perturbação que, na realidade, não permite aferir nada de relevante. Não se entende a insistência nos pastéis de óleo por oposição à ausência de carvão, ou sanguínea, numa disciplina de desenho!

Não deveria existir exame de Desenho ou, a realizar-se, deveria incidir sobre o domínio teórico específico das Artes Visuais. Poderia ser articulado com a apresentação e avaliação de um porta-fólio no final do ano. Seria muito mais preciso e justo para os alunos.

Vamos à prova:

   Pedia-se “observância da forma geral e das proporções entre as partes do modelo” e a “exploração criteriosa dos elementos estruturais da linguagem plástica”. Um desenho que preencha estes requisitos implica o dispêndio de, pelo menos, uma hora. Pedia-se um exercício analítico e um registo naturalista.

      Pretende-se avaliar os procedimentos (técnicas e ensaios/ esboço). Espera-se que, nos descritores, não surja algo como “observância da forma geral e das proporções entre as partes do modelo”, como já ocorreu…

       Passe a quase redundância da “composição dinâmica (…) modelo em três posições diferentes” (mesmo recorrendo aos três-em-linha o resultado será sempre dinâmico) o que há a salientar é, uma vez mais, o dirigismo vicioso do M.E. ao impor estes meios, não permitindo “uma paleta de cores frias” (Viva o 3º ciclo!) com meios actuantes à escolha do aluno: lápis de cor, aguarelas, etc.


A leitura dos dois parágrafos que sucedem o preâmbulo consolida a confusão: “Crie uma nova composição” e “mantenha ou altere o esquema compositivo apresentado”; em que ficamos?

Finalmente (a cereja no topo do bolo), propõe-se a utilização da “linguagem plástica com que mais se identifique e que melhor expresse a sua ideia” desde que numa “técnica mista de tinta-da-china e lápis de cor ou uma técnica mista de grafite e sanguínea”. Com tanta fartura prevê-se indigestão.

Como se pode pretender um registo rápido e expressivo e simultaneamente pretender rigor, correcção das proporções e uns condimentos mais para armadilhar examinandos? 
Nervoso miudinho, algumas mochilas-atelier, materiais esquecidos ou não contemplados “porque não vai sair de certeza” (apesar das repetidas advertências) e uma certa apreensão alimentada pelos desequilíbrios dos exames anteriores. No final da prova vários alunos choravam a escassez de tempo.

Onde se poderia permitir o exercício pleno da criatividade mantém-se uma toada claustrofóbica do desenho, subordinando-o essencialmente a uma visão academizante que convive mal com as possibilidades criativas. Atente-se ao exemplo da questão II: o item “criatividade” (10% da cotação da prova!) surge embrulhado e condicionado por uma relação indefinida das “figuras imaginadas com o espaço recriado” (alínea c). Que criatividade poderá haver quando estas deverão apresentar “volumes e proporções com correcção” (alínea b) e “adequadas ao espaço dado” (alínea d)? Portanto, se um dos meninos desenhou o Gulliver de burka já sabe...

Esperava-se, ingenuamente, uma correcção das anteriores investidas, qualquer coisa que espelhasse um propósito mais consistente do que a gelatina pedagógica servida até à data.

O grupo I dispensava perfeitamente uma das duas últimas questões: a deformação poderia ser representada com um meio à escolha do aluno em vez da insistência doentia nos pasteis de óleo (que a escala e o tipo de papel desaconselham). O Grupo II resgata o tédio precedente, embora se lamente a má qualidade da reprodução da obra de Helena Almeida. Uma nota para o modelo que, à semelhança do exame anterior, não corresponde à fotografia: o papel é mais baço e não permite, em muitas circunstâncias, a representação de brilhos e de reflexos. Espera-se que, nos critérios de correcção/descritores não haja o desplante de pretender avaliar o que os alunos não puderam ver…

 Voltando ao pastel de óleo, não se refere o uso da terebintina, que permite diluições, misturas mais delicadas e registos mais pormenorizados, ou seja, corre-se o risco da obrigatoriedade do recurso à técnica, amputada de alguns procedimentos. Temerá o GAVE o odor intenso nas salas de exame ou será desatenção? Fica o reparo. "






Isto aqui não é só arte : Comic con Portugal

Em dezembro de 2014 se realiza o maior evento de cultura POP pela primeira vez em Portugal . Foi um grande evento , na minha opinião ainda faltou algumas coisas que eu gostava e esperava que tivesse , mas também não posso falar muito pois é a primeira vez cá em Portugal . Havia muitos produtos de séries , filmes e animes incríveis que geralmente só estão disponíveis para compra online ; infelizmente como não sou rico não pude comprar muita coisa . Também havia a venda materiais de desenho especializados para ilustração como por exemplo canetas copic e nanquim .

Para além disso , algo que eu também achei interessante é que lá havia uma área para desenhistas ( o que costuma haver sempre nesses tipos de evento , mas como também foi a minha primeira vez num evento desses foi interessante ter um contato com essa área ) . 












Arte no dia a dia : Comic Con