Os espaços , reais ou imaginados , podem ser vividos como lugares de abrigo , de realização pessoal , de liberdade , de opressão ...
Um espaço , real ou imaginário , pode provocar em nós uma sensação de alegria , de pânico , de nostalgia , de medo , de opressão ... em função das vivências anteriores aí ocorridas .
Todos nós devíamos ter um espaço em que nos sentíssemos seguros , confortáveis , livres e felizes , que fosse um refúgio para os problemas que o quotidiano nos apresenta . Todos nós devíamos ter um espaço para dormir , para estudar , para nos divertirmos . Na verdade , a nossa casa devia ser sempre a nossa protecção .
A busca do lugar pode acontecer em função de um estado de espírito : procuramos um abrigo , de culto religioso se buscamos a paz de espírito ; queremos um lugar de animação noturna se procuramos uma zona íntima e acolhedora em busca de felicidade partilhada .
Os espaços imaginários podem surgir quando nos sentimos presos e podemos ( como pretendia Ricardo Reis ) ter pelo menos a " ilusão da liberdade" . Sendo fruto da capacidade criadora dos poetas ou dos romancistas , proporcionam aos leitores a evasão e o contacto com " novas janelas " e novos caminhos .
Mas todos sabemos que um lugar que nos marcou ( e que , por isso , permanece na nossa memória ) pode trazer-nos a alegria ou a tristeza , o carinho ou a repulsa , a felicidade ou o choro . Basta lembrar que há locais frios e injustos ( prisões , campos de concentração ) , que acolheram aqueles que foram perseguidos e torturados pelos regimes totalitários , que ainda hoje provocam um turbilhão de sentimentos naqueles que , de vista , por lá passam .
Em suma , os espaços ( quer os que perduram na nossa memória , quer aqueles que , embora idílicos , são apenas fruto da imaginação ) podem despertar em nós sentimentos bem diferentes em função das nossas vivências ou do nosso estado de espírito .
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